AIEA e autoridades ucranianas garantem que não houve alterações na radiação em Zaporizhzhia
O Serviço Estatal de Emergências da Ucrânia sublinhou que o fogo atingiu um edifício de formação e um laboratório, "fora da central nuclear".
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A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), organização independente das Nações Unidas, garante que não existiram alterações na radiação emitida pela maior central nuclear da Europa, Zaporizhzhia.
"O regulador da Ucrânia disse à IAEA que não foram detetadas alterações nos níveis de radiação na central nuclear de Zaporizhzhia", escreveu a organização no Twitter.
O Serviço Estatal de Emergências da Ucrânia garantiu que o incêndio está "dentro das normas" e sublinhou que o fogo atingiu um edifício de formação e um laboratório, "fora da central nuclear".
Numa mensagem colocada na plataforma Telegram, o serviço acrescentou que o sistema de energia da uma das unidades da central foi desligado como prevenção.
"O diretor da central indicou que a segurança nuclear já está garantida", disse o chefe da administração militar da região de Zaporizhzhia, Oleksandre Staroukh.
Os bombeiros já conseguiram entrar na área da central, depois de terem também ido alvo de disparos, acrescentou o responsável, numa publicação na rede social Facebook.
A AIEA pediu o fim dos bombardeamentos na área junto à central, que é responsável pela produção de um quarto da energia da Ucrânia, e alertou "para um grave perigo se os reatores forem afetados", escreveu a organização na rede social Twitter.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, está em contacto com o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, e com o operador da central nuclear para avaliar a situação, acrescentou.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
Inicialmente, um funcionário do governo ucraniano disse à Associated Press que níveis elevados de radiação foram detetados perto do local da central nuclear de Zaporizhzhia que estava sob ataque das forças russas.
A central nuclear de Zaporizhia é responsável por 25% da produção de energia do país
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