Menos de 100 cidadãos alemães estão no país.
Corpo do artigo
O Governo alemão aconselhou esta terça-feira os seus cidadãos a abandonarem o Níger, num contexto de crescente instabilidade no país na sequência do golpe militar, e recomendou que o fizessem através de voos de organizados pela França.
De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, menos de 100 cidadãos alemães - que não trabalham para a embaixada ou para o exército - estão no país.
A chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, citada no comunicado, assegura que a embaixada em Niamey "continuará a funcionar".
"Podemos confirmar que os nossos parceiros franceses se ofereceram, dentro das suas possibilidades, para retirar os cidadãos alemães a bordo dos seus aviões", lê-se no comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
À semelhança de outros países europeus, a Alemanha suspendeu a cooperação e o apoio a projetos de ajuda ao desenvolvimento com o Níger na sequência do golpe de Estado da passada quarta-feira.
O golpe de Estado foi liderado por uma junta militar, denominada Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CLSP), que anunciou a demissão do Presidente, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras e um recolher obrigatório noturno até nova ordem.
O derrube do Presidente Mohamed Bazoum foi condenado pela comunidade internacional e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), reunida em cimeira extraordinária no domingo, deu um prazo de uma semana para os golpistas recuarem e ser reposta a legalidade constitucional.
Em Acra, no âmbito de uma viagem de trabalho por vários países africanos, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, James Cleverly, assegurou que Londres e os seus parceiros internacionais estão preparados para apoiar a CEDEAO nas suas ações no Níger, na sequência do golpe militar de 26 de julho.
Cleverly encontra-se atualmente numa viagem por África, que o levará a três países em apenas quatro dias.
Em declarações à BBC a partir da capital do Gana, afirmou que, embora caiba à CEDEAO liderar a resposta à revolta militar, o Reino Unido considerará quaisquer propostas de colaboração que lhe sejam apresentadas.
Em resposta à posição assumida pela CEDEAO, os governos militares do Mali e do Burkina Faso -- que também ascenderam ao poder através de golpes de Estado -, advertiram a organização de que qualquer intervenção militar contra o Níger seria considerada uma declaração de guerra contra eles.
As autoridades da Guiné-Conacri anunciaram também que se dissocia das sanções impostas pela organização africana.