Alemanha considera "chocante" pena de morte para combatentes estrangeiros em Donetsk
O MNE alemão afirma que a pena de morte aplicada pelas autoridades separatistas pró-russas "mostra o total desrespeito da Rússia pelo direito internacional humanitário".
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A Alemanha considerou esta sexta-feira "chocante" a pena de morte aplicada por autoridades separatistas pró-russas a três combatentes estrangeiros que lutaram ao lado dos ucranianos e acusou a Rússia de "completo desrespeito" pelo direito humanitário.
"Relatos de sentenças de morte para combatentes estrangeiros servindo nas Forças Armadas ucranianas são chocantes", escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) alemão na sua conta no Twitter.
"Como combatentes, eles são prisioneiros de guerra e têm direito a proteção especial sob a Convenção de Genebra. Isso, mais uma vez, mostra o total desrespeito da Rússia pelo direito internacional humanitário", conclui o MNE alemão, aludindo ao caso de combatentes estrangeiros em Donetsk.
A Rússia pediu esta sexta-feira o fim das "interferências" no sistema judicial da autoproclamada república de Donetsk, no leste da Ucrânia, após a condenação à morte de dois cidadãos britânicos e de um marroquino por participarem na guerra na Ucrânia pelo lado ucraniano.
Citado pela agência noticiosa Interfax, o chefe da diplomacia russo, Serguei Lavrov, destacou que "os crimes cometidos por mercenários estrangeiros no território foram considerados pelas autoridades de Donetsk de acordo com a legislação local".
"Neste momento todos os processos competentes estão a ser efetuados de acordo com a legislação da república, dado que estes crimes foram cometidos naquele território", afirmou.
Em Londres, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, manifestou-se "horrorizado" com as sentenças de morte, disse esta sexta-feira um porta-voz de Downing Street.
A fonte oficial salientou que o líder conservador "está a acompanhar o caso de perto e pediu aos membros do seu governo que façam tudo o que estiver ao seu alcance para tentar reuni-los com as suas famílias o mais rapidamente possível".