O primeiro-ministro grego já está em Bruxelas, onde acontecerá uma cimeira de emergência da zona euro. Para Tsipras é tempo de encontrar uma "solução substancial" que permita à Grécia voltar ao crescimento dentro da zona euro.
Corpo do artigo
"Este é o tempo para uma solução substancial e viável que permita à Grécia voltar ao crescimento dentro da zona euro, com justiça social e coesão", disse o líder do Governo grego, em breves declarações à imprensa antes de se reunir com o presidente do executivo comunitário, Jean-Claude Juncker, na sede do Conselho Europeu, em Bruxelas.
Do lado do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker manifestou alguma incerteza quanto a um acordo.
"Foram feitos progressos nos últimos dias, mas ainda não chegámos lá", disse Juncker à entrada de uma reunião bilateral com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras. "Não sei se haverá um acordo hoje", acrescentou, salientando, no entanto, esperar que sejam feitos progressos.
Os ministros das Finanças da zona euro reúnem-se hoje antes de uma reunião de alto nível, de chefes de Estado e de Governo dos 19 países da moeda única, para mais uma discussão sobre a Grécia.
No dia 30 termina o prazo para os credores externos libertarem a última parcela de 7,2 mil milhões de euros da ajuda externa à Grécia e para Atenas pagar 1,6 mil milhões ao Fundo Monetário Internacional.
Sem dinheiro, a Grécia não conseguirá pagar os 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a 30 de junho, o que coloca o país em incumprimento (default) e aumenta o risco de uma saída da zona euro (o famoso 'Grexit').
Além da cimeira da zona euro, reúnem-se hoje a partir das 11h30 (hora de Lisboa) os ministros das Finanças da zona euro (no Eurogrupo) e que servirá para analisar a nova proposta do Governo grego que terá chegado esta madrugada aos líderes europeus e que foi qualificada pelo chefe de gabinete do presidente da Comissão Europeia, Martin Selmayr, como "uma boa base para o progresso".
Além das várias reuniões que hoje acontecem em Bruxelas, em Frankfurt, na sede do Banco Central Europeu (BCE), realizou-se já uma reunião para avaliar novamente a liquidez do setor bancário grego, depois da intensa fuga de depósitos da semana passada de mais de 3.000 milhões de euros e quando os pedidos de retirada de depósitos para esta segunda-feira ascender a 1.000 milhões de euros.
O BCE voltou hoje a elevar a liquidez de urgência aos bancos gregos, admitindo que os governadores da instituição poderão voltar a fazê-lo "a todo o momento", se for necessário.
Uma fonte bancária grega citada pela agência francesa AFP adiantou que "os governadores podem reunir-se a todo o momento" para tomar uma nova decisão de ajuda às instituições financeiras gregas, se tal for necessário, "mesmo ainda hoje ou amanhã [terça-feira]", em função do resultado das negociações em curso em Bruxelas entre o executivo de Atenas e os seus credores internacionais, no dia de um Conselho Europeu extraordinário para debater o problema.