A organização apelou a Barack Obama para reavaliar a promessa de fechar o centro de detenção em Cuba e assumir o compromisso de resolver a situação dos 166 detidos.
Corpo do artigo
A Amnistia Internacional (AI), que defende o fim dos tribunais militares, lançou este apelo nas vésperas do 11º aniversário da transferência dos primeiros prisioneiros para Guantánamo, o qual vai coincidir com a investidura de Barack Obama para o segundo mandato, marcada para o próximo dia 20.
A organização de defesa dos direitos humanos afirmou, na segunda-feira, que 166 pessoas permanecem detidas na base norte-americana em Guantánamo, de um total de 779 que foram transferidos para aquela prisão desde 2002.
A maioria dos 779 detidos transferidos para Guantánamo esteve sob custódia dos Estados Unidos «durante anos, sem acusação ou julgamento», disse a Amnistia Internacional.
Rob Freer, investigador da AI, defendeu que o argumento dos Estados Unidos de que são um "paladino" dos direitos humanos «não vinga face às detenções em Guantánamo, aos julgamentos em tribunais militares, ou à falta de prestação de contas e de correção de abusos cometidos no passado».
Pouco depois de chegar ao poder, em janeiro de 2009, o Presidente norte-americano prometeu resolver a questão dos detidos em Guantánamo e encerrar o centro de detenção no prazo de um ano.
A AI também criticou Obama pelo facto de ter promulgado, a 2 de janeiro, a lei do Orçamento para a Defesa, a qual inclui disposições que «mais uma vez impõem obstáculos à resolução dos casos dos detidos em Guantánamo».
A organização refere-se à lei do Orçamento da Defesa para o ano fiscal de 2013, no valor de 633.000 milhões de dólares (482.817 milhões de euros), que limita a autoridade da Administração de Obama para transferir os detidos de Guantánamo para os Estados Unidos ou países terceiros.
Ao promulgar essa lei, Obama reiterou o seu desejo de encerrar o centro de detenção por entender que a sua operação contínua debilita a segurança nacional nomeadamente através do desperdício de recursos e do prejuízo das relações com aliados importantes.
A AI defendeu ainda que o encerramento de Guantánamo de nada servirá sem uma mudança efetiva de paradigma ao nível da «luta global» contra o terrorismo porque «as detenções ilegais» simplesmente continuariam noutro lugar.