O jornalista e ativista angolano fala em "cilada". O Ministério Público pediu hoje 30 dias de prisão para Rafael Marques, que na semana passada tinha chegado a acordo com os generais para ser retirada a queixa por difamação.
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A posição foi assumida no final das alegações finais do julgamento, em que, segundo o advogado do arguido, David Mendes, os queixosos (generais) afirmaram que não havia motivos para continuar com o processo - após a explicação em tribunal -, deixando cair qualquer pedido de indemnização, tendo a defesa de Rafael Marques pedido igualmente a sua absolvição.
Em declarações à TSF, Rafael Marques garante que vai recorrer: "Tudo farei para fazer valer os meus direitos e os direitos daqueles que eu tenho sempre defendido. Qualquer que seja a condenação - de segundos, de um dia, de 30 dias, de pena suspensa - eu farei valer os meus direitos e levarei esse recurso até às últimas consequências".
Após o entendimento alcançado com a acusação, o ativista acabou por prescindir de levar as suas testemunhas ao julgamento, tal como os representantes dos generais. Agora, Rafael Marques considera que foi alvo de uma "cilada".
"Foi estranho chegar hoje a tribunal e ouvir o Ministério Público a dizer que eu não apresentei provas em tribunal. Então dizem-me que não vale a pena apresentar provas, mande as suas testemunhas embora, o caso acabou e depois vêm acusar-me de não ter apresentado provas em tribunal?", questiona.