A sessão plenária do parlamento angolano, em Luanda, atrasou-se devido a um protesto de três partidos da oposição. Alguns órgãos da imprensa estrangeira foram proibidos de entrar na sala.
Corpo do artigo
O protesto foi encenado pelos deputados da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, 32 assentos), da coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE, oito lugares), e do Partido da Renovação Social (PRS, três parlamentares).
Os deputados envergam camisolas negras com a frase impressa, à frente: «Basta de mortes, respeitem a vida», disse à agência Lusa o deputado e porta-voz da UNITA, Alcides Sakala.
Sakala acrescentou que os deputados da oposição estão, desde o início do protesto, a ser revistados à entrada.
O protesto dos deputados da oposição está relacionado com a morte, no sábado passado, de um dirigente da CASA-CE às mãos da guarda presidencial angolana, quando participava numa colagem de cartazes em vários pontos da capital angolana.
Nos cartazes era exigida justiça para os autores das mortes de dois ex-militares, em maio do ano passado, quando procuravam organizar uma manifestação antigovernamental.
Os jornalistas da Lusa, da agência noticiosa italiana AGI (Agenzia Giornalistica Italia) e da rádio norte-americana Voz da América foram impedidos de entrar para assistirem à sessão.
Operadores de câmara e repórteres fotográficos da TPA estão confinados a uma sala de uma comissão parlamentar, juntamente com os jornalistas da imprensa escrita e de rádio, para acompanharem os trabalhos da sessão plenária por um circuito interno de televisão.
Nesta sessão, que devia ter começado às 09:00 (08:00 em Lisboa), a Assembleia Nacional de Angola vai debater e votar, na generalidade, as propostas de lei que aprovam o Código Geral Tributário, Código do Processo Tributário e Código das Execuções Fiscais, bem como as Propostas de Lei do Código do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho e Código do Imposto Industrial.