"Apoio as ambições da Turquia na UE", mas "é preciso recordar" que não foi isso "que acordámos em Madrid"
Stoltenberg vai reunir-se com o Presidente turco e com o primeiro-ministro sueco e acredita que é possível uma decisão positiva sobre a Suécia.
Corpo do artigo
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, apoia "a ambição da Turquia" para aderir à União Europeia, mas sugere que se trata de um processo que não deve estar ligado à adesão da Suécia à Aliança Atlântica.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou esta segunda-feira que a Suécia receberá luz verde de Ancara, para aderir à NATO, quando a Turquia entrar na União Europeia.
Esta manhã, o ministro dos Negócios Estrangeiros sueco afirmava, em declarações à TSF, que Estocolmo já cumpriu todas as exigências de Ancara e diz que a bola está do lado de Erdogan. Stoltenberg vai ainda esta tarde reunir-se com o Presidente turco e com o primeiro-ministro sueco e espera resultados dessa reunião.
Sem se afastar da posição de Ancara, o secretário-geral da NATO dá a entender que a adesão da Turquia à União Europeia e da Suécia à NATO devem manter-se como processos independentes.
TSF\audio\2023\07\noticias\10\joao_francisco_guerreiro_stoltenberg_turquia_suecia_nato_lituania
"Apoio as ambições da Turquia de se tornar membro da União Europeia", assumiu o secretário-geral da NATO, salientando que "ao mesmo tempo", é preciso ter em conta o que ficou acordado "em Madrid".
Na cimeira de Madrid foi assinado um memorando com "uma lista específica de condições que a Suécia tem de cumprir para se tornar membro de pleno direito da Aliança", lembrou Jens Stoltenberg, vincando que "a Suécia cumpriu essas condições".
O secretário-geral da NATO considera que "é importante" que sejam tidas em conta as preocupações de Ancara em matéria de segurança. "Mas, é igualmente importante que respondamos às legítimas preocupações de segurança de todos os aliados que desejam ver a Suécia como membro da aliança o mais rapidamente possível, porque isso reforçará a NATO e reforçará a nossa capacidade de defesa e proteção, nomeadamente da região do Báltico", afirmou.
"Por isso, estamos a trabalhar arduamente para que a Suécia se torne membro o mais rapidamente possível. Estou ansioso por me encontrar com o Presidente Erdogan e com o primeiro-Ministro Kristersson ainda hoje [segunda-feira]", confessou Jens Stoltenberg mostrando-se otimista em relação ao desfecho do encontro.
"Ainda é possível tomar uma decisão positiva sobre a adesão da Suécia, aqui em Vílnius", afirmou, admitindo que não existem "certezas" nem "garantias".
"Mas, é claro que agora temos o impulso da cimeira com a liderança e vamos usar esse impulso para garantir o maior progresso possível", destacou o secretário-geral da NATO.
Esta segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Tobias Billström, expressava, à TSF, o seu otimismo em relação aos resultados da cimeira da NATO, assumindo "a convicção" de que a Turquia vai levantar todas as objeções relativamente à adesão da Suécia à Aliança Atlântica.
"É a minha convicção que, estando nós à beira da cimeira de Vilnius, da parte do Governo sueco, esperamos que haja uma resposta positiva da Turquia, de modo a que o processo de ratificação possa arrancar assim que a cimeira estiver terminada", afirmou o ministro, certo que da parte de Estocolmo as negociações estão finalizadas.
"É nossa conclusão, do Governo sueco, que cumprimos todos os compromissos que assumimos e, portanto, também cumprimos as promessas que fizemos em Madrid, de levar a sério os problemas de segurança da Turquia", sublinhou.
O ministro sueco afirmava que há exemplos demonstrativos da atuação das autoridades de Estocolmo, face às preocupações da Turquia.
"Tivemos o veredicto do tribunal na Suécia em que uma pessoa pertencente ao PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão] foi condenada a quatro anos e meio de prisão e a ser extraditada", especificou o ministro, para quem este exemplo, "é um claro sinal de que a Suécia está a levar muito a sério os problemas de segurança em relação ao PKK".