O chefe da diplomacia argelina diz que apenas reconhecerá o órgão político dos rebeldes líbios se estes formarem um governo representativo e afastou a hipótese de Kadhafi ser recebido na Argélia.
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A Argélia mostrou-se, esta quinta-feira, disposta a reconhecer o Conselho Nacional de Transição se estes vierem a formar um «governo representativo de todas as regiões do país».
«Assim que o faça, vamos reconhecê-los», afirmou, em declarações à rádio francesa Europe 1, o ministro argelino dos Negócios Estrangeiros, que rejeitou qualquer «ambiguidade» em relação à posição do seu país sobre a Líbia.
Exprimindo-se poucas horas antes do início da conferência de Paris sobre a reconstrução da Líbia, Mourad Medelci reconheceu que o «CNT é portador das vontades de emancipação e de maior liberdade do povo líbio».
«Se tivemos um problema com a forma como a questão [da intervenção militar estrangeira]foi tratada, esse problema esteve essencialmente ligado ao facto de que temos em atenção a questão da soberania», acrescentou.
O chefe da diplomacia argelina, que disse já ter conversado ao telefone com o número dois dos rebeldes líbios, Mahmoud Jibril, e que prevê encontrar-se com o presidente do CNT à margem da conferência de Paris, garantiu ainda que a «Argélia não vai tomar o partido de Kadhafi».
«Nunca foi examinada entre nós a hipótese de que o senhor Kadhafi nos venha bater à porta», adiantou Medelci, que reiterou que parte do família do líder líbio em fuga foi acolhida em território argelino devido a «razões excepcionais, acima de tudo humanitárias».
Apesar de a França classificar de «ambígua» a posição argelina sobre a Líbia, os dirigentes da Argélia foram convidados a participar na conferência que junta esta quinta-feira 60 países e organizações mundiais sobre a reconstrução da Líbia e que se realiza em Paris.