Arranca vacinação dos cinco aos 11. Espanha quer 40% das crianças vacinadas até ao Natal
Em Espanha, já foram diagnosticados 380.000 casos de Covid em crianças menores de 10 anos. Dessas, 3400 foram hospitalizadas, 185 estiveram nas unidades de cuidados intensivos e 17 acabaram mesmo por morrer.
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"Há uma pandemia e há uma vacina que é segura, têm de se vacinar", insiste a Sociedad Espanhola de Pediatria. Os mais pequenos começam a ser vacinados esta quarta-feira em Espanha contra a Covid-19. O país tem mais de três milhões de crianças com idades entre os 5 e os 11 anos e espera poder vacinar 40% com a primeira dose até ao Natal.
Os estudos de opinião dizem que 75% dos pais estão dispostos a fazê-lo. Para os outros 25% que ainda têm dúvidas, a Sociedade Espanhola de Pediatria (SEP) lembra que a doença é mais leve nas crianças mas que nenhuma está livre de a padecer, até com consequências trágicas. Em Espanha, foram diagnosticados 380.000 casos de Covid em crianças menores de 10 anos. Dessas, 3400 foram hospitalizadas, 185 estiveram nas unidades de cuidados intensivos e 17 acabaram mesmo por morrer.
"A possibilidade de que uma criança possa ter de ser hospitalizada e até morrer por culpa da Covid aconteceu. Deram-se casos, muito poucos, mas aconteceram" lembra António Nieto, pediatra e vice-presidente da SEP.
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Nas consultas que diariamente atende, as perguntas sobre as vacinas são recorrentes. E, em todas elas, o pediatra frisa que a vacinação é necessária e segura. "Há pessoas que chegam à consulta e me dizem: "É que ainda é muito pequeno". E quando o vacinaram contra a meningite com uma semana de vida não era mais pequeno? As pessoas têm de se vacinar quando se têm de vacinar, quando é necessário. E se neste momento há uma pandemia e há uma vacina que é segura, que já mostrou que é segura, têm de se vacinar", insiste.
Por isso, a todos os pais que ainda tenham dúvidas sobre vacinar ou não os seus filhos, o pediatra lembra que "nos Estados Unidos já se vacinaram com a primeira dose mais de 5 milhões de crianças menores de 12 anos" e o número de reações adversas graves "foi igual a zero, nenhuma".
Vacinar as crianças é importante, não só para as proteger a elas da doença, mas também para evitar a propagação do vírus. António Nieto lembra que, nesta altura, as crianças são o principal foco de contágio e que isso pode implicar mais mutações, potencialmente piores.
"A vacinação das crianças está completamente justificada sobretudo porque agora são os principais vetores de transmissão, até vírus não deixe de circular, até que o vírus não deixe de ter quem infetar, vai continuar a mutar e pode chegar o dia em que alguma das mutações deixe de ser sensível à vacinação e voltemos ao início", avisa.
Escolas, hospitais e centros de vacinação
Para já, a vacinação é feita por marcação online, habilitada esta segunda-feira. A campanha começará pelas crianças com fatores de risco e de mais idade, para ir descendo. Os locais de vacinação dependem de cada uma das comunidades. Em algumas, será feita nos hospitais públicos, noutras, em centros de vacinação criados para o efeito e até nas próprias escolas.
As doses infantis vêm com uma tampa laranja, para se distinguirem facilmente das dos adultos e, tal e como já aconteceu nas primeiras rondas de vacinação, depois da sua administração as crianças devem esperar 15 minutos no local para detetar possíveis reações imediatas. Oito semanas depois da primeira dose será administrada a segunda. A dose pediátrica da vacina da Pfizer mostrou uma eficácia de 90,7%.
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