Assalto ao Louvre: joias de valor “inestimável” roubadas em sete minutos, museu encerrado
O Ministério Público de Paris anunciou a abertura de um inquérito por “roubo em bando organizado” e “associação criminosa”
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O Museu do Louvre, símbolo do património francês e o museu mais visitado do mundo, foi, esta manhã, assaltado. Em apenas sete minutos, um grupo de três assaltantes conseguiu entrar na Galeria de Apolo, onde se encontram algumas das peças mais preciosas da coleção de joias do museu. O ministro do Interior adianta que o espólio roubado tem um valor “inestimável”.
O local foi imediatamente fechado ao público e um vasto dispositivo policial foi mobilizado para a zona. O Ministério Público de Paris anunciou a abertura de um inquérito por “roubo em bando organizado” e “associação criminosa”, confiado à Brigada de Repressão do Banditismo (BRB), com o apoio do Gabinete Central de Luta contra o Tráfico de Bens Culturais (OCBC). “O prejuízo está em fase de avaliação e as investigações estão em curso”, precisou o Ministério Público em comunicado.
Questionado durante a manhã, o ministro do Interior, Laurent Nuñez, reconhece “uma grande vulnerabilidade nos museus franceses”. “Não se pode evitar tudo”, admitiu, garantindo que “tudo está a ser feito para que os autores sejam identificados o mais rapidamente possível”.
Os investigadores analisam as imagens de videovigilância e cruzam informações com outros casos semelhantes. “Estamos a tentar apertar as malhas da rede”, explica o ministro, sem excluir a hipótese de que “os autores dos factos sejam estrangeiros”.
O assalto levanta questões sobre a segurança do museu. De acordo com várias fontes sindicais, os funcionários tinham alertado a direção e o Ministério da Cultura para a falta de pessoal destinado à vigilância. No passado dia 16 de junho, o Louvre chegou mesmo a encerrar durante várias horas devido a uma greve que denunciava essa situação.
“Porque é que os alertas não foram ouvidos pela ministra?”, questionou o senador comunista de Paris, Ian Brossat. Em comunicado, enviou “um primeiro pensamento aos trabalhadores” e apelou a que “os serviços de polícia e justiça identifiquem rapidamente os autores, para que sejam condenados e os objetos roubados recuperados”.
O Louvre, que alberga obras icónicas como a Mona Lisa e a Vitória de Samotrácia, nunca tinha sido alvo de um assalto desta dimensão recentemente. A Galeria de Apolo, joia arquitetónica do museu, guarda as joias da Coroa de França.
As autoridades mantêm reserva quanto à natureza exata das peças roubadas, mas, segundo uma fonte próxima da investigação, pode tratar-se de vários diamantes e pedras preciosas pertencentes à coleção histórica.
“Estamos perante indivíduos extremamente organizados, que conheciam claramente o local e os procedimentos de segurança”, confidenciou um agente policial sob anonimato.
Além do prejuízo material, este assalto representa um golpe simbólico no coração do património francês. O assalto levanta o debate sobre a segurança das instituições culturais, num contexto de restrições orçamentais e de aumento do tráfico internacional de obras de arte.
Notícia atualizada às 13h05
