Um jovem heróico. É assim que Julian Assange classifica o responsável pela denúncia da rede de espionagem eletrónica nos Estados Unidos. Mas o fundador do Wikileaks não se fica pelo elogio, ele deixa também um conselho a Edward Snowden.
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Julian Assange baseia a sua recomendação naquilo que diz ser a «longa tradição de asilo» dos países da América Latina.
O fundador da Wikileaks, que está refugiado na embaixada do Equador para evitar a extradição para a Suécia, afirma que nos «últimos 10 anos a América Latina registou avanços nas questões dos Direitos Humanos» e por isso recomendou de forma «veemente» a Edward Snowden que «parta para a América Latina».
Snowden é o ex-técnico da CIA e consultor da NSA que assumiu a autoria da fuga de informação sobre os detalhes de espionagem feita ao abrigo do projecto PRISM, uma tecnologia que dá acesso registos de chamadas telefónicas e que acede a informação armazenada por alguns dos gigantes da Internet.
O norte-americano Snowden disse ao jornal britânico The Guardian que agora procura asilo num país que «respeite a liberdade de expressão».
Julian Assange, o responsável pelo site Wikileaks afirma que Edward Snowden é um «jovem heróico» por ter revelado este esquema de espionagem.
Uma opinião que não será partilhada por muitos norte-americanos.
Uma sondagem realizada pelo Pew Institute e publicada pelo jornal Washington Post dá conta de que 56% dos inquiridos pensam que o programa federal de vigilância telefónica é um meio aceitável de investigar a ameaça terrorista mesmo que seja uma invasão da privacidade.
Já sobre a vigilância online cerca de metade estão contra, mas 46% dos inquiridos afirmam que o governo deveria poder ir mais longe controlando todas as atividades dos cidadãos norte-americanos na Internet.