Um ataque a um comboio na sexta-feira, em Bouar, na República Centro-Africana (RCA), causou a morte a pelo menos 23 civis muçulmanos, incluindo três crianças, além de 20 feridos, segundo a organização não-governamental (ONG) Save the Children.
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Este ataque ocorreu perto da fronteira da RCA com os Camarões e o número de vítimas foi hoje avançado pela equipa da ONG que está no terreno em Bangui, a capital do país.
O comboio, que levava passageiros civis que fugiam da violência no país e que procuravam refúgio nos Camarões, foi atacado com granadas, especificou um funcionário da Save the Children na RCA, Mike McCusker.
«Este ataque mostra mais uma vez como as crianças e as mulheres estão em risco. Isso é inaceitável», disse McCusker à agência de notícias francesa AFP.
Nos últimos dias, a onda de violência tem alastrado em várias localidades da RAC, estando várias áreas remotas fora do controlo das forças africanas internacionais (compostas por 4.400 militares) e francesas (1.600 operacionais), que estão implantados, principalmente, em Bangui.
Desde março de 2013, quando o Presidente François Bozizé foi derrubado pela coligação Séléka, dirigida por Michel Djotodia, a República Centro-Africana entrou numa espiral de violência intercomunitária e inter-religiosa.
Djotodia, o primeiro Presidente muçulmano deste país maioritariamente cristão, demitiu-se na semana passada por pressão internacional e o parlamento transitório prepara-se para eleger um Presidente interino.
Contudo, a situação continua tensa e a União Africana apelou na quarta-feira para mais tropas serem enviadas para a missão internacional no país, a Misca, cujo dispositivo integra atualmente 4.400 homens, quando deveria atingir os 6.000.