Ataque aéreo norte-americano atinge hospital dos Médicos Sem Fronteiras em Kunduz
Os Médicos Sem Fronteiras dizem estar "profundamente chocados" e garantem ter fornecido à NATO as coordenadas de GPS exatas do Hospital. Para já, há 9 mortos confirmados, mas a organização avisa que os números podem aumentar.
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O balanço mais recente dá conta de nove mortos, todos elementos dos Médicos Sem Fronteiras, e 37 feridos graves. Vítimas de um ataque aéreo norte-americano à cidade de Kunduz ,durante a madrugada, mas os números podem aumentar. A NATO e os Estados Unidos já admitiram danos colaterais desta ofensiva aérea e prometem investigar o caso.
Entretanto, a organização Médicos Sem Fronteiras mostra-se perplexa com este ataque. Garante que tinha enviado à NATO e aos aliados as coordenadas de GPS exatas do Hospital. No twitter, a organização internacional acrescenta que, nos últimos meses, tem feito atualizações regulares da situação na cidade junto dos Estados Unidos e do governo afegão. A última, na passada terça-feira.
Já durante o ataque, na madrugada de sábado, os Médicos sem Fronteiras entraram em contacto com responsáveis militares em Cabul e em Washington, mas os bombardeamento continuaram por mais meia hora. A organização pede agora um esclarecimento urgente do que se passou.
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Na altura do ataque, mais de uma centena de doentes e cerca de 80 funcionários estavam no centro. Em declarações ao Guardian, um dos elementos relata o que aconteceu. Estava no gabinete quando o ataque começou por volta das 2h (23h em Lisboa). Os bombardeamento duraram cerca de uma hora e meia. Quando finalmente conseguiu sair, viu todo o hospital em chamas. As imagens no twitter mostram o edifício em chamas e algumas fotos tiradas já esta manhã revelam os destroços deste centro, agora praticamente destruído.
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Os confrontos em Kunduz ainda continuam. Vários relatos dão conta de tiroteios entre talibãs e forças de segurança afegãs na zona. O director de operações dos Médicos Sem Fronteiras no local apela a todas as partes do conflito a respeitarem a segurança das instalações médicas e do pessoal.
O bombardeamento deste sábado aconteceu depois de na quinta-feira o governo afegão ter anunciado que tinha conseguido tomar o controlo de Kunduz, depois dos talibãs terem atacado a cidade na segunda. Os confrontos intensificaram-se durante a semana no nordeste do Afeganistão.