O Governo grego apresentou, esta quarta-feira, aos credores e parceiros europeus uma lista de medidas atualizada, numa tentativa de desbloquear as negociações e aceder a financiamento. A noticia é avançada pelo Financial Times.
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Segundo o jornal, o novo documento tem 26 páginas, em vez das 15 páginas do documento enviado na passada sexta-feira, e apresenta medidas que estima o Governo grego irão aumentar as receitas em mais seis mil milhões de euros este ano, em vez dos cerca de 3.000 milhões de euros anteriormente previstos e permitirá terminar o ano com um excedente orçamental primário (sem juros da dívida) que pode atingir 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB), acima da meta de 3% inscrita no programa de resgate. O novo documento prevê ainda cerca de mil milhões de euros adicionais em despesas.
Este novo esforço da Grécia acontece depois da lista enviada por Atenas, a semana passada, ainda não ter agradado aos credores, que pediam medidas mais detalhadas, mesmo mais duras, e depois das negociações que decorreram nos últimos quatro dias.
No entanto, mesmo com esta nova lista, as negociações deverão ainda prolongar-se e continua pouco provável que uma reunião do Eurogrupo aconteça em breve, sendo que são os ministros das Finanças que têm de desbloquear para a Grécia parte dos fundos da última fatia do programa de resgate (de 7,2 mil milhões de euros).
Há cada vez mais indicações de que os ministros das Finanças da zona euro poderão apenas reunir-se no Eurogrupo informal que está marcado para Riga, capital da Letónia, a 24 de abril, mesmo tendo Atenas importantes pagamentos a fazer nos próximos dias, inclusivamente ao Fundo Monetário Internacional, a 09 de abril.
O ministro da Administração Interna da Grécia afirmou entretanto que o país poderá não fazer esse pagamento de 460 milhões de euros a horas porque em primeiro o Executivo irá assegurar salários e pensões.