A líder da oposição birmanesa e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, vai receber hoje em Estrasburgo o Prémio Sakharov, que lhe foi atribuído há 23 anos.
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Por ter passado a maior parte deste tempo em prisão domiciliária e apenas ter sido libertada em novembro de 2010, Aung San Suu Kyi só agora pôde deslocar-se à Europa para receber o prémio.
Prestes a candidatar-se às eleições presidenciais de 2015, em Myanmar, Aung San Suu Kyi tem tido por estes dias encontros ao mais alto nível com representantes das instituições europeias.
De passagem por Bruxelas, apelou ao apoio político internacional para que Myanmar se torne num Estado de Direito
«No meu país há muitos problemas relacionados com os diferentes pontos de vista, com as diferentes raças ou religiões. Todos temos de começar por tentar nos entendermos uns aos outros. Gostaria apelar à comunidade internacional que nos ajude esta reconciliação», afirmou opositora ao regime .
Aung San Suu Kyi quer que a antiga Birmânia se torne num verdadeiro Estado de Direito, do qual depende a reconciliação nacional de que fala.
«Enquanto não houver um estado de direito, as pessoas não vão sentir que foi feita justiça. Enquanto não puderem confiar na justiça, não vão acreditar que somos todos iguais e ninguém vai poder viver em paz», disse.
Para alcançar estes objetivos, que Aung San Suu Kyi diz que expressam o desejo da maioria, defende alterações à constituição de Myanmar.
«A menos que a constituição atual possa ser alterada para os padrões democráticos não poderemos ter eleições livres e justas em 2015 e não seremos capazes de estabelecer um Estado de Direito no país, no qual o poder judicial e o poder são independentes e no qual haja um equilíbrio entre o poder judicial, o poder executivo e o poder legislativo», acrescentou.