
A candidata Anne Hidalgo numa ação de campanha esta quinta-feira
Thomas Coex/AFP
Prevê-se que Anne Hidalgo seja reeleita este domingo presidente da Câmara Municipal de Paris.
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Em Paris, o último debate para as autárquicas reuniu as três candidatas na noite desta quinta-feira. Prevê-se que Anne Hidalgo seja reeleita este domingo, mas a margem desta vitória, tanto como o futuro dos macronistas são incertos.
A segunda volta das autárquicas decorre este domingo, dia 28 de junho, em 4 827 mil câmaras municipais. São esperados 16,5 milhões de eleitores, isto é 39% dos eleitores. Na capital francesa, prevê-se que Anne Hidalgo seja reeleita a presidente da Câmara Municipal de Paris.
A equipa de campanha de Anne Hidalgo prepara uma festa, prevista para a noite de domingo, nas margens do rio Sena. Enquanto isso, a autarca continua a trabalhar na formação da sua futura equipa, que vai contar com o socialista Emmanuel Grégoire enquanto braço direito. Audrey Pulvar e Jacques Galvani preveem-se deputados, ao lado de Ian Brossat, Célia Blauel e Christophe Najdovski.
Anne Hidalgo venceu a primeira volta destas eleições autárquicas, sem alcançar maioria, no passado dia 15 de março. Por outro lado, as outras duas principais candidatas à Câmara Municipal da capital, Rachida Dati (do partido Os Republicanos, LR) e Agnès Buzyn (d"ARepública em Marcha), só conseguiram reunir os votos em apenas um dos 20 bairros de Paris.
A uma esquerda unida contrapõe-se uma oposição fragmentada. Sem alcançar uma maioria em todos os bairros parisienses, Anne Hidalgo prevê-se reeleita, soma nas sondagens cerca de 44% a 45% das intenções de voto. Uma pontuação que se situa abaixo dos 53,3% que permitiram a Anne Hidalgo de suceder a Bertrand Delanoë, em 2014. Rachida Dati, contabiliza 35% das intenções de voto, e Agnès Buzyn não deverá, segundo as últimas sondagens, ultrapassar 18% dos votos.
A eleição do dia 28 de junho continua a ser debatida: três dias antes das eleições autárquicas, os três partidos multiplicam entrevistas e juntaram-se num debate televisivo esta quinta-feira, dia 25 de Junho, no canal de televisão francês BFM-TV.
"Para ser presidente da Câmara de Paris é preciso apresentar-se de forma independente. Caso estejam aqui por outras razões não estão a fazer bem o voto trabalho", aponto Anne Hidalgo. A edil confirma que não se apresenta como candidata às eleições presidenciais, em 2020.
"Não sou candidata de um clã ou candidata de um campo », concluiu no mesmo debate a candidata Rachida Dati. "Não preciso de um capelão para fazer política. Consegui reunir, federar", afirmou a candidata d"Os Republicanos.
"Não quero fazer alianças" defendeu por sua vez a antiga ministra da Saúde, candidata pelo partido criado por Emmanuel Macron, Agnès Buzyn, que afasta uma possível coligação com Os Republicanos.
Em Paris, como em Lyon ou Marselha, o escrutínio é organizado por bairros que compõem a cidade. Desta feita, Anne Hidalgo concentrou-se para esta segunda volta no 5º e 6º bairros parisienses, onde a esquerda encontra grande margem de votos.
Um dado que continuar incerto é a percentagem de participação nesta segunda volta das eleições autárquicas. A primeira volta, que aconteceu pouco antes do confinamento devido à Covid-19, somou 42% de participação, contra 56% em 2015. Para esta segunda volta, e com a partida de férias de muitos parisienses, a participação pode cair para 41%, uma baixa histórica antecipada pelo instituto de sondagens BVA.
Esta perspetiva preocupa o partido de direita, a equipa de Rachida Dati teme que a continuação da epidemia impeça os habituais eleitores, com uma certa idade, em deslocar-se às urnas. Por esta razão, multiplicaram-se operações para incentivar os apoiantes a votarem neste domingo.
O dia 28 de junho marca ainda o destino de dois antigos candidatos à Câmara Municipal de Paris, Danielle Simonnet (do partido França Insubmissa) e Cédric Villani (antigo A República em Marcha). Ambos apresentaram listas em paris e na primeira volta, sem ultrapassar 10% dos votos nos bairros em que eram candidatos.
Depois de ter renunciado a uma aliança com Anne Hidalgo, o matemático Cédric Villani manteve a sua candidatura independente, no passado dia 14 de março.