O secretário-geral das Nações Unidas considerou que a crise «já foi longe demais», depois de a Coreia do Norte ter anunciado a intenção de pôr em funcionamento um reator nuclear encerrado em 2007.
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A situação precisa de acalmar, não há necessidade de a DPRK (sigla em inglês para República Democrática Popular da Coreia) estar em rota de colisão com a comunidade internacional. As ameaças nucleares não são um jogo», declarou Ban Ki-moon.
«Enquanto secretário-geral, é meu dever impedir a guerra e procurar a paz», afirmou numa conferência de imprensa em Andorra. «É também da minha responsabilidade dizer que a atual crise já foi muito longe», acrescentou..
«Estou convencido de que ninguém tem a intenção de atacar [a Coreia do Norte] por causa de uma divergência sobre o programa nuclear ou a moeda estrangeira, contudo receio que alguns respondam firmemente a provocações militares», afirmou.
«Peço novamente às autoridades da DPRK que respeitem totalmente as resoluções do Conselho de Segurança [da ONU] e se abstenham de quaisquer medidas provocadoras. O diálogo e as negociações são a única forma de resolver a atual crise», concluiu.
A Coreia do Norte deu hoje mais um passo no braço de ferro com a comunidade internacional, ao anunciar a intenção de voltar a pôr em funcionamento um reator nuclear desligado em 2007, apesar das resoluções da ONU que proíbem qualquer programa atómico a Pyongyang.
O regime norte-coreano indicou que ia «renovar e pôr em funcionamento» todas as instalações do complexo nuclear de Yongbyon, incluindo uma central de enriquecimento de urânio e um reator de cinco megawatts.
A Coreia do Norte aceitou, em 2007, interromper as atividades nucleares em troca de ajuda económica e garantias de segurança.
O processo parecia estar bem encaminhado com a desativação de Yongbyon, em julho de 2007, e a demolição da torre de arrefecimento, em junho de 2008.
Mas Pyongyang recusou sempre as inspeções às instalações e retirou-se, em dezembro de 2008, das negociações a seis sobre o programa nuclear norte-coreano, que incluíam a China, Estados Unidos, Japão, Rússia e as duas Coreias.