A cidade líbia, onde começou a luta contra o regime de Kadhafi, é hoje palco dos festejos, de milhares de pessoas, pela proclamação da Líbia a um país livre.
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«Declaramos ao mundo que libertámos o nosso amado país», foi esta a primeira frase de um dirigente do Conselho Nacional de Transição (CNT), passava pouco das 15h30, hora em Lisboa.
Milhares de pessoas encheram a praça da vitória, assim foi rebaptizada a praça central de Benghazi. Há um mar de bandeiras verdes, vermelhas e pretas a bandeira da monarquia que antecedeu o regime de Kadhafi e que foi recuperada por esta revolução.
A multidão, separada por uma barreira, mulheres e crianças à frente, mais próxmas do palco, os homens mais atrás, ouviu uma série de discursos de membros do CNT, que culminaram com o do líder Mustafa Abdul-Jalil que quando subiu ao palco se ajoelhou e rezou, reafirmou que a lei islâmica será a base legal do país na era pós-Kadhafi, acrescentando que leis existentes que contradigam os princípios do Islão serão anuladas.
Jalil agradeceu a todos os que lutaram pela liberdade, bem como a ajuda da Liga Árabe, das Nações Unidas e da União Europeia, pelo apoio que levou ao dia de hoje, um dia pelo qual todos aguardavam, referiu o líder do CNT.
Este momento histórico é uma espécie de "regresso à casa de partida", uma vez que foi em Benghazi que começou a revolução há mais de sete meses.
À Al Jazeera uma mulher, das muitas que estão em Benghazi a celebrar, deu conta da alegria que sente, uma festa, que diz, começou com a morte de Kadhafi, acrescentando que esta morte dá significado ao sangue derramado pelos mártires desta revolução.