O antigo chefe do Governo italiano Silvio Berlusconi criticou hoje o programa político do primeiro-ministro italiano demissionário, Mario Monti, para a próxima legislatura, defendendo que «é inspirado na Alemanha».
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Na mesma ocasião, em declarações ao canal de televisão Retequattro, do grupo Mediaste, propriedade da família Berlusconi, o ex-primeiro-ministro italiano afirmou que a única solução para a crise em Itália passa pelo seu regresso ao poder, admitindo que «espera» que o partido Liga Norte (extrema-direita) continue a ser seu aliado.
«O programa de Monti não é mais que a continuação da política do atual Governo (demissionário), inspirado na Alemanha. Umas medidas erradas que levaram à atual situação», referiu.
Berlusconi disse que está convencido que a «melhor solução» para o país é uma maioria parlamentar do seu partido, Povo da Liberdade (PDL).
No caso de precisar de um aliado para conseguir essa maioria absoluta, o ex-chefe do Governo italiano referiu que o melhor parceiro seria a Liga Norte, com a qual diz que tem trabalhado bem «e que por isso podia ser uma solução».
A Liga Norte rompeu o pacto com Berlusconi depois da queda do Governo conservador de "Il Cavaliere" e com a subida de Monti ao poder, em novembro de 2011.
Ainda em declarações ao canal Retequattro, Berlusconi acrescentou que se ganhar as eleições legislativas antecipadas de 24 e 25 de fevereiro de 2013 e se precisar da Liga Norte para alcançar a maioria absoluta não hesitará em oferecer à força política de extrema-direita a vice-presidência do novo executivo italiano.
No passado dia 23 de dezembro, Mario Monti anunciou que não será candidato às eleições legislativas italianas, admitindo no entanto estar pronto para liderar um Governo, se for convidado pelo parlamento.
«Às forças que manifestarem uma adesão convicta e credível à minha agenda, estou pronto para dar a minha opinião, o meu apoio, e, se me pedirem, dirigi-los. Estou pronto a assumir, um dia, se as circunstâncias o justificarem, as responsabilidades que me seriam atribuídas pelo parlamento», disse Monti, numa conferência de imprensa realizada no passado domingo.