O primeiro-ministro italiano convocou para esta terça-feira um Conselho de Ministros extraordinário depois da derrota significativa que sofreu na segunda volta de eleições municipais.
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O partido de direita de Silvio Berlusconi, Povo da Liberdade (PDL), falhou o objectivo de permanecer no poder em Milão, cidade natal e bastião político do chefe do governo italiano, e de desalojar a esquerda em Nápoles.
O resultado da votação em Milão, em que a esquerda conquistou mais de 55 por cento dos votos, é considerado como um teste nacional para Sílvio Berlusconi.
A imprensa italiana desta terça-feira utiliza termos como «afundamento», «derrota» ou «ciclone» para comentar a perda da direita de Silvio Berlusconi da câmara de Milão e o fracasso da tentativa de conquistar a de Nápoles nas eleições autárquicas.
Berlusconi, que apostou tudo nos resultados da primeira volta, tem procurado minimizar o impacto de uma dupla derrota em Milão e Nápoles, assegurando que «o resultado não terá consequências no governo».
Para demonstrar que controla o Executivo, o primeiro-ministro italiano convocou para esta terça-feira o Conselho de Ministros, logo após o seu regresso de uma cimeira bilateral em Bucareste e de uma reunião da liderança do PDL, onde segundo comentadores italianos poderá surgir a convocação de primárias e a escolha de um novo líder.
Entre as duas voltas das eleições municipais, o líder italiano multiplicou o apoio aos seus candidatos e criticou os eleitores «sem cérebro» que votam à esquerda e afirmou ainda que com a esquerda no poder municipal, Milão se tornará numa «cidade islâmica» e «numa "ciganopolis" cheia de campos de ciganos».