Ouvido pela TSF, Raúl Braga Pires disse que houve «desatenção e precipitação» por parte das autoridades dos EUA, que não trataram o defunto segundo os princípios islâmicos.
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O especialista em assuntos islâmicos discorda da justificação da Casa Branca que entende que o funeral de bin Laden, no alto mar, não contraria a religião islâmica.
Em declarações à TSF, Raúl Braga Pires afirma que o enterro do líder da al-Qaeda «vai totalmente contra a lei islâmica do ponto de vista do tratamento do defunto».
«O caixão islâmico não existe, é uma caixa com um fundo aberto, onde o corpo fica em contacto com a terra», explicou.
O ritual fúnebre dá-se quando o corpo «é embrulhado numa mortalha e deitado na terra com a cara virada para Meca para, depois, serem colocadas tábuas em cima para o proteger».
O também professor da universidade marroquina de Rabat e da Universidade do Porto sustenta que «não existe qualquer preceito [islâmico] para se deitar um indivíduo ao mar».
Considera que houve, por parte das autoridades norte-americanas, uma «desatenção e alguma precipitação» quanto ao local onde foi enterrado Osama bin Laden.