O bloco europeu no Conselho de Segurança (UE4), que inclui Portugal, vai apresentar uma resolução no órgão de segurança das Nações Unidas prevendo sanções contra o regime do Presidente sírio Bashar al-Assad.
Corpo do artigo
O anúncio foi feito hoje pelos representantes das missões de Portugal, Reino Unido, Alemanha e França, após um briefing ao Conselho de Segurança da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, que deu conta de «violações humanitárias generalizadas e sistemáticas» cometidas pelo regime sírio contra a população.
João Maria Cabral, «número dois» da missão de Portugal, manifestou o apoio do país a uma resolução «com medidas concretas dirigidas directamente aos responsáveis pela violência contra a população».
«O Conselho de Segurança deve estar pronto para novas acções», defendeu na conferência de imprensa com os seus homólogos europeus e norte-americana, Rosemary diCarlo.
«É altura de Conselho apresentar novas ações, para aumentar a pressão sobre os responsáveis pela violência. Vamos discutir uma resolução com os nossos colegas nos próximos dias», disse o "número dois" da missão britânica, Philip Parham.
Parham reiterou a exigência de que o regime sírio acabe com a «violência e assassínios», liberte os detidos e permita acesso humanitário e da comunicação social ao país, em cooperação com o gabinete da Alto Comissária para os Direitos Humanos, mas sublinhou que existe um «hiato muito grande» entre as promessas de reforma que têm chegado de Damasco e acções concretas.
Miguel Berger, representante adjunto da missão da Alemanha na ONU, adiantou que a resolução a debater «incluirá sanções porque é necessário aumentar a pressão sobre o governo sírio».
A Alemanha pediu uma reunião de emergência do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, que terá lugar na segunda-feira e que pode recomendar ao Conselho de Segurança uma queixa contra o regime sírio no Tribunal Penal Internacional.
Em cima da mesa, em Genebra, estará o relatório da Alta Comissária sobre a situação na Síria, que, sublinharam os países europeus, contém «provas claras» de violações como intervenções «disparar para matar» sobre manifestantes, buscas casa a casa, assassínios e ataques a hospitais atribuídos a Damasco