Bolsonaro pode ser alvo de impeachment. Novo caso de polícia no Governo do Brasil
Depois do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e de duas denúncias contra Michel Temer, em 2017, a política brasileira volta a ser caso de polícia em 2020. Literalmente.
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Por causa de uma acusação, durante o discurso de demissão do ministro da Justiça, Sérgio Moro, de interferência no comando da polícia federal, supostamente para benefício próprio e da família, Jair Bolsonaro pode vir a ser alvo de uma denúncia, como Temer, ou, no limite, de um impeachment, como Dilma.
Neste momento, os investigadores da polícia recolhem depoimentos - já falaram, além de Moro, três ministros do Governo, seis delegados de polícia e uma deputada - e analisam um vídeo que pode ser peça-chave na resolução do caso.
Nesse vídeo, durante uma espécie de Conselho de Ministros, Bolsonaro é gravado a dizer que quer mudar a polícia no Rio de Janeiro para proteger os seus familiares. Caso isso não aconteça, demite toda a gente, ministro - Moro, portanto - incluído.
Bolsonaro incorre em seis crimes. Que podem ser considerados crimes comuns e, com isso, gerar uma denúncia na Câmara dos Deputados, ou crimes de responsabilidade e, com isso, abrir caminho para um processo de impeachment.
Em ambos os caso, ao Presidente basta um terço dos votos dos 513 parlamentares para barrar o processo.
É nesse contexto que vêm sendo noticiadas as negociações entre o Governo e alguns dos quase 30 partidos com assento parlamentar por cargos na administração pública - em troca de um cargo, um voto contra a progressão da denúncia ou impeachment, portanto.
À partida, a polícia tem 30 dias - ou seja, até meados de junho - para apresentar um relatório que dirá se a denúncia avança ou não. Depois, Augusto Aras, um Procurador-Geral da República de perfil conservador indicado por Bolsonaro, decidirá o futuro próximo do Presidente.
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