Emmanuel Macron ainda não apresentou a candidatura, a cerca de dois meses das eleições, mas tem nas mãos várias crises internacionais.
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Faltam 65 dias para a primeira volta das eleições presidenciais francesas. Emmanuel Macron ainda não se apresentou oficialmente como candidato e enfrenta várias crises internacionais. Ao lado do dossier da Ucrânia, o chefe de Estado vive um braço de ferro com a junta do Mali. Manter ou retirar as forças francesas de Bamako? A questão instalou-se na campanha eleitoral.
Depois da expulsão do embaixador francês no país africano pela junta maliana, a questão da presença militar francesa no Mali instalou-se na campanha presidencial francesa. Muitas vozes levantam-se e em França a maioria dos candidatos presidenciais pedem a saída das forças tricolores. Emmanuel Macron quer esperar alguns dias para encontrar uma resposta comum com os parceiros europeus.
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Tempo perdido, apontam os adversários que vão estar nos próximos dias num debate no Parlamento. Tanto à direita como à esquerda, todos concordam com a retirada das forças francesas no Mali.
Marine Le Pen propõe, por exemplo, repatriar os soldados tricolores para o Chade. A expulsão do embaixador francês é para a candidata de extrema-direita uma "humilhação". A candidata da União Nacional pede reciprocidade, mas o problema é que há dois anos que não existe embaixador do Mali em Paris. Valérie Pécresse cometeu a mesma gralha. A candidata d"Os Republicanos pede, também ela, a partida dos militares franceses, como forma de exigir respeito.
Este também é o pedido do candidato ecologista Yannick Jadot. "Primeiro, peço que a França obtenha, por parte do Governo maliano, uma decisão quanto à presença francesa no país. Em segundo lugar, os nossos militares devem permanecer nos quartéis e preparar a retirada para outros países da região. Fomos para o Mali a pedido do Governo maliano e está fora de questão ficar lá contra a vontade do executivo maliano", defendeu.
Posição defendida pelo candidato da França Insubmissa, Jean-Luc Mélénchon. Os candidatos ao Eliseu são muito menos faladores quando questionados quanto à fórmula para continuar a luta contra o terrorismo no Sahel.