Bruxelas rejeita acusações de Lula da Silva à União Europeia sobre guerra na Ucrânia
Porta-voz de Josep Borrell já rejeitou as acusações que o Presidente do Brasil dirigiu à UE, a propósito da agressão russa à Ucrânia.
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A Comissão Europeia rejeitou esta segunda-feira as acusações de responsabilidades na guerra na Ucrânia, feitas polo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. O porta-voz do Alto Representante para a Política Externa e de Defesa Comum, Peter Stano lembra que a a União Europeia tem ajudado a Ucrânia a defender a própria existência, perante a invasão lançada em fevereiro do ano passado.
"Não é verdade que a União Europeia e os Estados Unidos estejam a ajudar a prolongar o conflito", afirmou o porta-voz, lmbrando que "a verdade é que a Ucrânia é uma vítima de agressão ilegal em violação da Carta das Nações Unidas".
É por essa razão, afirma, que "a União Europeia e os Estados Unidos e outros parceiros internacionais estão a apoiar a Ucrânia na sua legítima defesa".
"Se não o fizessem", sublinha o porta-voz, "então a Ucrânia enfrentaria a destruição", ou seja, "a Nação ucraniana e a Ucrânia, enquanto país, enfrentariam uma destruição, pois são estes os objectivos declarados da guerra de [Vladimir] Putin".
Peter Stano afirma que a ainda antes da guerra começar, os 27 tentaram o "diálogo civilizado" com Moscovo, mas em resposta, o que obtiveram foi a guerra em larga escala, lançada contra a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022.
"A União Europeia tem apoiado iniciativas de paz muito antes de Putin decidir lançar este derramamento de sangue contra o povo ucraniano", apesar de "em várias ocasiões" os 27 terem "oferecido à Rússia a possibilidade de lidar com as suas preocupações de uma forma civilizada à mesa das negociações", afirmou, recordando que "a resposta foi a infeliz agressão de Fevereiro do ano passado".
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Peter Stano afirma mesmo que todas as tentativas de diálogo com Moscovo resultaram sempre em mais agressão e ameaças da parte de Vladmir Putin, tendo este "começado a usar a energia como arma e a usar a fome como arma, afectando não só os ucranianos, mas também pessoas de todo o mundo".
"Começou por usar o Inverno como arma e começou a utilizar a intimidação nuclear e as ameaças nucleares, por isso, a União Europeia está a apoiar qualquer iniciativa de paz que impeça Putin de continuar esta agressão ilegal", vincou o porta-voz.
"Quando se trata de iniciativas de paz e desde então, é claro, tem havido uma série de iniciativas e esforços de paz, ou pelo menos vários actores têm tentado apelar à paz, mas cada oferta de paz foi satisfeita por mais uma escalada por Putin", lamentou.
"O que é muito importante, a União Europeia, naturalmente, apoia a paz o mais rapidamente possível, mas não esqueçamos que a Ucrânia é a vítima, por isso, a Ucrânia tem de definir em que condições se iniciariam possíveis conversações de paz", lembrou.
Dizendo que os seus comentários não se tratavam de uma resposta directa à acusação do presidente brasileiro, Peter Stano afirmou que "a Russia está a matar civis ucranianos, a destruir as infra-estruturas civis ucranianas, (...) está a raptar crianças ucranianas, (...) a roubar propriedade e território ucraniano".
"Os Estados Unidos e a União Europeia, juntamente com outros parceiros internacionais, o que estamos a fazer, estamos a ajudar a Ucrânia a exercer o seu legítimo direito à autodefesa. A Rússia está a violar a carta da ONU", afirmou Stano, lembrando que "isto também é reconhecido pelo Brasil".
"O Brasil votou em conjunto com mais de 140 países na ONU para condenar a agressão russa e apelar à sua cessação e ao apelo à Rússia para que retire os seus soldados de todo o território da Ucrânia nas suas fronteiras internacionalmente reconhecidas".
O porta-voz da Comissão Europeia para a política Externa considera que qualquer afirmação nunca deveria confundir quem é o agressor e quem é o agredido, e por isso rejeita a acusação do presidente brasileiro, quando lula da silva acusa a União Europeia de ter iniciado a guerra contra a Rússia.