Novas investigações e a tese de envenamento do antigo líder palestiniano vão levar à exumação do cadáver de Yasser Arafat no final de novembro, disse um diplomata à agência norte-americana Associated Press.
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A informação foi dada no mesmo dia em que uma equipa do laboratório suíço, que deve retirar amostras do corpo de Yasser Arafat, se deslocou a Ramallah, na Cisjordânia, para analisar o túmulo do dirigente histórico palestiniano, segundo fontes oficiais palestinianas.
A tese de um envenenamento de Yasser Arafat, cuja morte a 11 de novembro de 2004 num hospital militar na região de Paris nunca foi esclarecida, ganhou crédito após a difusão em julho de um documentário da estação de televisão Al-Jazira.
A televisão do Qatar mandou analisar, no Instituto de Radiofísica de Lausanne, amostras biológicas encontradas nos bens pessoais de Arafat e entregues pela sua viúva, Suha, onde o laboratório suíço descobriu «uma quantidade anormal de polónio», substância radioativa altamente tóxica.
A análise de amostras do cadáver do líder palestiniano poderá permitir confirmar aqueles indícios.
As autoridades francesas também abriram uma investigação à morte de Yasser Arafat após uma ação apresentada por Suha Arafat.
A equipa suíça, uma das duas que estão a realizar investigações sobre a morte de Arafat, esteve hoje uma hora a inspecionar a sepultura, localizada num mausoléu no exterior da sede do governo palestiniano.
A delegação do Instituto de Radiofísica de Lausanne discutiu «as próximas etapas» com os ministros da Saúde e da Justiça, Hani Abdine e Ali Mhanna, respetivamente, assim como com o chefe da comissão de inquérito palestiniana sobre a morte de Arafat, Taufiq Tiraui, adiantaram as mesmas fontes palestinianas.
A equipa suíça deve regressar no final do mês para, juntamente com os investigadores franceses, participar na exumação do cadáver.
«A Autoridade Palestiniana decidiu unir os esforços e os trabalhos da comissão palestiniana, dos investigadores franceses e dos especialistas suíços sobre a morte de Arafat e concorda com a abertura do seu túmulo para retirar amostras do cadáver se isso for útil para alcançar a verdade», declarou Tiraui a 21 de setembro à agência noticiosa francesa AFP.
Não é certo que a exumação resolva o mistério da morte de Yasser Arafat, que muitos no mundo árabe atribuem a Israel. O polónio decompõe-se rapidamente e os especialistas estão divididos sobre se as amostras serão suficientes para o teste.