O movimento nacionalista palestiniano Fatah decidiu, esta quinta-feira, criar uma comissão para investigar a morte do líder histórico Yasser Arafat em 2004, com a premissa de que se tratou de um «assassínio» de que Israel é responsável.
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Uma resolução aprovada por unanimidade no terceiro dia do congresso da Fatah que decorre em Belém, na Cisjordânia, diz que a investigação deverá «atribuir a Israel, enquanto força de ocupação (da Palestina), toda a responsabilidade pelo assassínio do mártir Yasser Arafat» e apela também para a ajuda internacional às investigações da comissão.
Segundo fontes do congresso, a criação da comissão pretende pôr fim à proliferação de especulações e versões contraditórias sobre a morte de Arafat, em Paris em 11 de Novembro de 2004, vítima de uma infecção do sangue considerada rara pela equipa médica que assistiu na altura o líder palestiniano.
A informação médica nunca chegou a dissipar a especulação sobre um possível envenenamento, resultante de uma conspiração dos serviços secretos israelitas com pessoas próximas de Arafat que começou a circular logo após o líder palestiniano ter ficado doente no quartel-general em Ramallah.
Antes do início do congresso da Fatah, o ex-dirigente do movimento e actual dissidente Faruk Kadumi chegou a acusar o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, de ter participado na alegada conspiração.
Abbas referiu-se, terça-feira, às interrogações sobre a morte de Arafat no discurso de abertura do congresso em Belém, afirmando que a direcção do movimento é a primeira a querer conhecer com exactidão a causa da morte de Yasser Arafat.