
Rungroj Yongrit/EPA (arquivo)
Os dois países deram início na quarta-feira a um ciclo de negociações com duração prevista de quatro dias, com o objetivo de pôr termo aos confrontos armados
O Ministério da Defesa do Camboja acusou esta sexta-feira a Tailândia de ter lançado dezenas de bombas com aviões de combate na região de Banteay Meanchey, em plena ronda negocial para travar os confrontos fronteiriços.
Segundo as autoridades cambojanas, a Força Aérea tailandesa utilizou caças F-16 para lançar "pelo menos 40 bombas" entre as 06h08 e as 07h15 (23h08 de quinta-feira e as 00h15 desta sexta-feira, em Lisboa), junto à aldeia de Chok Chey, no noroeste do país.
A imprensa tailandesa, por sua vez, noticiou que forças cambojanas realizaram ataques intensivos durante a noite anterior na província fronteiriça de Sa Kaeo, no sudeste da Tailândia, onde várias casas terão sido danificadas.
Os dois países deram início na quarta-feira a um ciclo de negociações com duração prevista de quatro dias, com o objetivo de pôr termo aos confrontos armados, indicaram fontes oficiais em Phnom Penh.
A reunião decorre num posto fronteiriço da província tailandesa de Chanthaburi, depois de o Camboja ter inicialmente exigido um "local neutro". Uma fotografia divulgada pelo Governo cambojano mostra as delegações da Defesa de ambos os países sentadas numa sala austera, confirmando o arranque dos trabalhos.
O primeiro-ministro cambojano, Hun Manet, revelou esta sexta-feira que manteve uma conversa telefónica com o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio, na qual discutiram formas de garantir um cessar-fogo ao longo da fronteira.
O Camboja e a Tailândia disputam há décadas o traçado de uma fronteira comum com cerca de 800 quilómetros. O conflito reacendeu-se este ano, provocando cerca de 40 mortos e 300 mil deslocados em apenas cinco dias de combates, em julho, antes de uma trégua que acabou por não se manter.
