Numa reacção aos acertos de Paris e Berlim sobre a refundação da Europa, o primeiro-ministro britânico diz que não hesitará em usar a bomba atómica política para defender os interesses britânicos.
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Se os interesses britânicos não forem salvaguardados, David Cameron não assinará qualquer novo tratado europeu.
O aviso do primeiro-ministro britânico foi feito esta quarta-feira à noite na BBC e é reiterado na edição desta quarta-feira do The Times.
David Cameron deixou um aviso a Angela Merkel e Nicholas Sarkozy para o caso de os 17 países da Zona Euro decidirem avançar sozinhos, sem os restantes dez países que não fazem parte da moeda única: Londres quer resolver a crise do euro, mas «simultaneamente proteger e defender os interesses britânicos».
O mercado único e os serviços financeiros são dois interesses que os britânicos querem ver garantidos. Se isso não acontecer, o chefe do executivo britânico disse estar preparado para usar o direito de veto.
Entretanto, ouvido pela TSF, António Goucha, professor de Direito Europeu no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), disse que o «Reino Unido tem uma agenda própria» e «está a subir a parada», por isso não se augura nada de bom para a cimeira do final desta semana em Bruxelas.
«Se um dos Estados não quiser fazer alteração aos tratados, [Angela] Merkel terá de ir pelo plano B», ou seja, «fazer as alterações com os países do euro», alertou, frisando: «Estamos um pouco à beira do abismo, mas o desfecho desta cimeira não é muito promissor».