A Care International rejeita as acusações do governo de Zimbabué que, quinta-feira, proibiu todas as actividades no país de trabalhadores de organizações humanitárias a pretexto de que estariam a fazer actividade política.
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O governo de Zimbabué proibiu ontem todas as actividades no país de trabalhadores de organizações humanitárias a pretexto de que eles estariam a fazer actividade política.
No entanto, em declarações à TSF, o porta-voz da Care International rejeitou esta acusação.
«A Care tem uma filosofia muito clara de não se envolver em actividades políticas. Pedimos ao governo de Zimbabué detalhes dessas acusações, datas, nomes lugares e ainda não recebemos nada», afirmou Kenneth Walker.
«Recusamos categoricamente que tenhamos encorajado ou tolerado qualquer tipo de actividade política», acrescentou.
O responsável mostrou-se, ainda, preocupado com as consequências desta proibição do governo para a população do Zimbabué.
«Penso que um grande número vai ter muita dificuldade em substituir a assistência alimentar. O Zimbabué está a passar por condições económicas extremamente difíceis, onde 80 por cento dos cidadãos estão desempregados e a inflação superior a 100 mil por cento», alertou.
As Nações Unidas já manifestaram preocupação pela suspensão das actividades humanitárias no Zimbabué. Só a Care International estava a apoiar 500 mil pessoas.
Entretanto, o porta-voz do governo de Zimbabué anunciou que as ONG que queiram trabalhar no país terão que solicitar nova acreditação e prometer que não se imiscuirão na política do país.