Cerca de 50 pessoas terão sido detidas desde sábado em Luanda, no seguimento dos protestos anti-Governo, segundo um advogado que hoje realizou várias diligências, sem sucesso, para saber onde e como se encontram estes detidos.
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Em declarações à agência Lusa, o advogado Luís Fernandes Nascimento, que é também membro do conselho nacional do Bloco Democrático, disse ter sido contactado por «muitos familiares», no sentido de tentar saber onde e como estão os detidos.
As detenções terão ocorrido no sábado, em Luanda, no seguimento de uma manifestação a favor da demissão do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Segundo Luís Fernandes Nascimento, as detenções ascendem a 50, desde sábado, e os detidos não estão contactáveis.
O advogado terá tentado contactar os detidos, mas a informação que obteve dos elementos das esquadras é que estes não tinham quaisquer informações para fornecer.
A Polícia angolana indicou no sábado que 24 pessoas foram detidas na sequência da manifestação que pedia a destituição do Presidente angolano em Luanda, tendo ficado feridos três oficiais e um agente policial, segundo a Angop.
De acordo com um comunicado da Polícia Nacional de Angola, citado pela agência de notícias angolana Angop, três oficiais, um agente e três cidadãos foram feridos por elementos ainda não identificados perto do Largo Sagrada Família, em Luanda, na sequência da manifestação.
A polícia justifica que as pessoas ficaram feridas quando efectivos da corporação tentavam persuadir alguns cidadãos a não abandonarem o espaço protegido para o referido acto, a fim de evitar a desordem pública.
«Contrariando as orientações da polícia, alguns indivíduos, de forma anárquica, forçaram o cordão de segurança policial, proferindo ofensas verbais contra pacatos cidadãos que circulavam nas redondezas e aos efectivos da Polícia Nacional, alegando que pretendiam dirigir-se ao palácio», diz a polícia no comunicado citado pela Angop.
As autoridades dizem ainda que foi «o incumprimento da ordem da polícia [que] gerou um clima de violência entre os transeuntes e os manifestantes, que culminou no arremesso de objectos contundentes, que estiveram na causa dos ferimentos», e que terão «obrigado» a polícia a deter 24 pessoas, «para que os órgãos competentes façam justiça», lamentando ainda a situação.