Chefe da diplomacia europeia diz ser necessário «usar bem o tempo» quanto à Grécia
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, defendeu hoje em Lisboa, a propósito do impasse num acordo sobre o programa de assistência financeira à Grécia, a necessidade de se «fazer um bom uso do tempo» disponível.
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«Não vou comentar, apenas para dizer que na diplomacia, tal como no interior da União Europeia, temos de fazer um bom uso do tempo que temos à nossa frente», afirmou a alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, quando questionada sobre se será possível um acordo entre a Grécia e o Eurogrupo até ao final da semana.
Federica Mogherini, que é também vice-presidente da Comissão Europeia, falava aos jornalistas numa conferência de imprensa no Palácio das Necessidades, após um encontro de trabalho com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, tendo referido que a atual situação de Atenas não foi abordada no encontro.
A chefe da diplomacia europeia realiza hoje a sua primeira visita oficial a Portugal, com encontros com o Presidente da República, Cavaco Silva, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, deputados e membros da sociedade civil.
Na segunda-feira, os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) deram um prazo até sexta-feira a Atenas para pedir um prolongamento do programa de assistência financeira em vigor até final do mês, após o fracasso das negociações com a Grécia sobre o pós-'troika'.
O Governo de Alexis Tsipras quer prolongar o empréstimo, mas não o programa de ajustamento, rejeitando ainda que se leve até ao fim o atual memorando, que termina no dia 28.
Está ainda pendente uma última revisão, pela 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) para que seja desembolsada a parte final do empréstimo, no valor de 1,8 mil milhões de euros.