O presidente do Chipre disse que vai lutar para salvar os pequenos aforradores sujeitos às tributações sobre depósitos bancários impostas pelo acordo de resgate financeiro da UE.
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«Partilho a infelicidade causada pela penosa e difícil decisão, é por isso que vou continuar a lutar no Eurogrupo no sentido de conseguir nas próximas horas emendas às decisões para limitar o impacto junto dos pequenos depositantes»?, disse Nikos Anastasiades, num discurso ao país difundido através da televisão.
O presidente cipriota disse hoje que os impostos sobre os depósitos bancários no Chipre foram a opção «menos dolorosa» do acordo de resgate ao país por parte da União Europeia.
«Eu escolho a solução menos penosa e assumo os custos políticos, no sentido de minimizar o mais possível as consequências para a economia e para os cipriotas», afirmou Nicos Anastasiades na mensagem.
O governo de Nicósia aceitou na madrugada de sábado o plano de resgate financeiro ao país e que prevê um pacote de medidas que incluem um imposto de 9,9 por cento (%) sobre os depósitos bancários superiores aos 100 mil euros e 6,75% sobre depósitos de valor inferior.
Anastasiades instou os partidos políticos do Chipre a ratificarem os termos do acordo com a União Europeia durante a reunião de emergência do Parlamento que está marcada para segunda-feira.
«Peço uma decisão aos partidos e vou respeitar inteiramente a decisão que for tomada, no melhor interesse do povo e do país», disse o presidente.
«Espero que juntos, baseados nos factos que vão ser desenvolvidos, tomemos a decisão mais acertada», afirmou o chefe de Estado, acrescentando que «o caminho não vai ser fácil».
O chefe de Estado do Chipre precisa que a legislação sobre o acordo seja ratificada pelo Parlamento antes da reabertura dos bancos, na terça-feira.
De acordo com os meios de comunicação social cipriota, o nível de indignação contra o acordo fez com que a discussão parlamentar de emergência que estava marcada para hoje tivesse sido adiada para segunda-feira, feriado no Chipre, sendo que é possível que venha a ser decretado feriado bancário na terça-feira, caso não se venha a verificar acordo no Parlamento de Nicósia.