A ministra das Finanças francesa confirmou, esta manhã, numa conferência de imprensa, que é candidata a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI).
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«Decidi apresentar a minha candidatura à direcção-geral do Fundo Monetário Internacional. Fi-lo depois de uma profunda reflexão e depois de ter consultado o Presidente da República e o primeiro-ministro que me deram todo o seu apoio», declarou a ministra francesa.
«Nos últimos dias recebi muitos apoios de diferentes países que me confortaram e ajudaram a tomar esta decisão», acrescentou.
A ministra francesa recusou várias vezes divulgar os apoios que recebeu fora do espaço europeu, assumindo a candidatura como um acto pessoal e frisando que esta não é uma candidatura europeia nem do Eurogrupo, nem da França.
«A nacionalidade», disse Lagarde, «não pode nem deve ser um entrave neste processo, assim como não pode ser vista como uma vantagem». A ministra francesa preferiu falar no desafio que tem pela frente, prometendo todo o seu empenho.
«Se for eleita, levarei para o Fundo [Monetário Internacional] toda a minha experiência de advogada, administradora, ministra e de mulher. Aceitarei o desafio com entusiasmo, determinação, espiríto de abertura e equipa, tal como sempre fiz ao longo da minha carreira», declarou.
Na próxima semana, Christine Lagarde vai reunir com todos os membros do FMI para apresentar os seus planos. Sem adiantar pormenores, a ministra francesa, referiu apenas que há muito para fazer.
«Por causa da crise o FMI recuperou a sua posição na cena internacional de forma legítima. O seu modo de governação e os seus instrumentos de intervenção foram profundamente renovados, mas há ainda muito caminho a percorrer para uma melhor representatividade e flexibilidade», destacou.
Respondendo a uma pergunta da BBC, Christine Lagarde falou de Portugal, da Grécia e da Irlanda, garantindo que se for a próxima directora-geral do FMI vai apoiar o trabalho de consolidação orçamental e de reformas estruturais nestes países, recusando a reestruturação da dívida pública dos países europeus.
No passado fim-de-semana, após a demissão de Dominique Strauss-Kahn, os europeus multiplicaram os apoios a favor da ministra francesa. Berlim, Londres e Roma apoiaram a sua candidatura antes de ela a anunciar.
Até agora, os EUA, cujo apoio é essencial, e o Japão não manifestaram o seu apoio.