Cientistas de Oxford acreditam que é possível controlar a malária em menos de uma década
Adrian Hill, vacinologista que lidera a equipa que descobriu a vacina contra a malária, confia que, num futuro próximo, o número de mortes causadas pela doença vai estar controlado. Depois, o grande objetivo é a erradicação.
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O Gana tornou-se, recentemente, o primeiro país do mundo a começar a vacinar bebés com idades entre os 5 meses e os 3 anos, com a vacina da Universidade de Oxford contra a malária, aquela que apresenta melhores resultados no combate à doença. A malária afeta principalmente países de África, e, sobretudo, crianças. Mas também existe noutros locais do mundo.
Adrian Hill, professor de vacinologia e diretor do Centro de Oxford que se dedica a criar vacinas contra doenças infecciosas, não esconde o entusiasmo com a decisão do Gana. "Não tínhamos a certeza de que pudéssemos chegar a este dia. De que fosse sequer possível fazer uma vacina altamente eficaz contra a malária. E agora sabemos a resposta."
O investigador explica, em entrevista à TSF, que, só para os mais pequenos, estima-se que sejam necessárias 150 milhões de doses da vacina. A menos de quatro euros por dose, o total ultrapassa os 500 milhões de euros. Se somarmos as mulheres grávidas e outros grupos de risco, a conta sobe quase 200 milhões.
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Ainda assim, Oxford considera que há capacidade para produzir esta vacina em grandes quantidades e a preços acessíveis. Adrian Hill acredita mesmo que, num futuro próximo, a malária vai estar controlada.
"Não acredito que aconteça em poucos anos, mas também não vai demorar décadas. A nossa prioridade é controlar as mortes nos próximos cinco anos. E, a seguir, o grande desafio é a erradicação", afirma o professor de vacinologia.
Adrian Hill está confiante que, com cerca de 80 por cento de eficácia, muito em breve a vacina de Oxford vai ser autorizada pela Organização Mundial da Saúde. "Talvez nas próximas semanas ou meses", afirma. O cientista britânico espera da OMS rapidez de decisão, tal como aconteceu com as vacinas da Covid, nas quais a equipa que lidera também teve um papel fundamental.