Num momento incerto sobre o novo Governo italiano, a Comissão Europeia faz questão de salientar que acredita que os compromissos assumidos por Itália vão ser respeitados.
Corpo do artigo
Os italianos não deram uma maioria clara a nenhum partido. O centro esquerda conseguiu mais votos, mas sem margem para formar sozinho Governo. Silvio Berlusconi já reconheceu a vitória de Pier Luigi Bersani.
Sobre as eleições italianas, a Comissão Europeia disse ter «plena confiança» na capacidade das autoridades italianas para formar «uma maioria política que continue a aplicar uma agenda de crescimento e emprego», com vista à redução da sua «dívida insustentável».
O porta-voz da Comissão Europeia, Olivier Baily, disse hoje que Bruxelas «toma nota dos resultados» e lembra que «de acordo com a constituição italiana, cabe agora ao presidente (Giorgio) Napolitano levar a cabo as consultas necessárias para formar o próximo Governo».
«A Itália continua a ser um grande país fundador da União Europeia. A Comissão Europeia tem plena confiança na democracia italiana e trabalhará estreitamente com o futuro Governo para, em conjunto, relançar o crescimento e a criação de emprego em Itália», afirmou Olivier Bailly.
Questionado sobre a mensagem saída das urnas, e sobre se a Comissão não entende os resultados como um voto contra a política de austeridade defendida por Bruxelas, o porta-voz disse ser uma «caricatura dizer que a Comissão está aqui para ditar uma agenda de austeridade sem quaisquer outras medidas paralelas».
A Comissão defende que o atual governo de Mario Monti (fortemente penalizado nas eleições) «conduziu reformas extremamente ambiciosas», que eram absolutamente «indispensáveis» e sustentou que «15 meses não são suficientes para ver os efeitos positivos das reformas em Itália».
«No que à Comissão diz respeito, gostaria de sublinhar a plena confiança nas autoridades italianas, na sua capacidade para encontrar e estabelecer uma maioria politica que continue a aplicar uma agenda de crescimento e emprego, que é basicamente o que a Itália precisa para reduzir o seu nível insustentável de dívida», afirmou o porta-voz.
«Esperamos que essa via seja prosseguida. Mais que esperar, acreditamos que será», disse.