Carlos Gaspar, presidente do Instituto de Relações Internacionais, defende que o resultado das eleições no Reino Unido marca uma recuperação surpreendente do Partido Conservador e está de acordo com os resultados conseguidos pelo governo no domínio económico e social.
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"A Inglaterra saiu da crise antes de qualquer outro país europeu, tem uma taxa de crescimento muito razoável, o desemprego desceu a fundo e os Trabalhistas não conseguiram fazer uma campanha à altura destas mudanças", começa por explicar o presidente do Instituto de Relações Internacionais.
"É um sinal inquietante, confirma uma tendência da política europeia. Os partidos socialistas tradicionais e os sociais-democratas estão a perder todas as eleições em todos os principais países. Há um problema novo com o Partido Nacionalista escocês que ganhou quase a totalidade dos mandatos nas Escócia e consolidou-se como partido nacionalista. É um problema que vai criar pressão adicional sobre o Partido Conservador", acrescenta Carlos Gaspar.
Para o presidente do Instituto de Relações Internacionais, David Cameron tem, a curto prazo, que tomar três decisões: "Saber se a Grã-Bretanha com uma nova maioria do Partido Conservador e tendo saído da crise, se vai regressar à sua posição como grande potência internacional, ao lado dos Estados Unidose da União Europeia (UE). A segunda é saber se vai avançar com o Referendo sobre a UE e em que termos o vai fazer. Terceiro, tem que ter uma política de restauração da unidade nacional".
Carlos Gaspar não tem dúvidas de que esta é uma maioria muito significativa e consolidada, que ajudará David Cameron a governar. "É a primeira vez desde 1982 que o Partido Conservador consegue aumentar o número de votos, conclui.