O apelo a esta greve geral surge no dia em que o partido do governo organizou um comício em Istambul e numa altura em que os confrontos na cidade não acalmaram.
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As duas confederações de sindicatos turcos convocaram para segunda-feira uma greve geral de 24 horas, avançaram os meios de comunicação social da Turquia.
Este apelo à greve surge numa altura em que o primeiro-ministro turco tenta demonstrar que tem o apoio do povo com a organização este domingo de um mega-comício em Istambul.
Alfredo Martins explicou que os confrontos nesta cidade não acalmaram na noite de sábado para domingo, ao contrário de que se passou noutros dias, em que os distúrbios paravam com a chegada do novo dia.
Em declarações à TSF, este português que vive há três na parte oriental de Istambul adiantou ainda que, nas últimas horas, foram presos vários médicos e estudantes de medicina que estavam nas enfermarias à volta do parque Gezi e da praça Taksim.
Alfredo Martins, que diz que estes médicos foram retirados destes locais «algemados», indicou ainda que os confrontos prosseguem noutros locais da cidade, uma vez que a praça Taksim e o parque Gezi foram encerrados pelas autoridades.
«Houve uma espécie de convocatória nas redes sociais para que as pessoas se desloquem para a praça às 16:00, o que não aconteceu, e está a haver, por outro lado, um comício do partido do governo, com o primeiro-ministro, numa zona mais afastada, mas ainda em Istambul», acrescentou.
Este português indicou ainda que não há barcos a circular e que os número de autocarros é reduzido e que barcos e autocarros estão a ser utilizados para transportar apoiantes do governo para o comício, onde o AKP espera um milhão de pessoas.
Alfredo Martins notou ainda que o Crescente Vermelho, que até aqui não se tinha visto desde o início dos protestos, montou um hospital de campanha próximo do local do comício e que quem tem ajudado os manifestantes é a proteção civil turca, tendo os manifestantes sido acolhidos por hotéis, bares e discotecas.