Milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas em 2013 devido às suas crenças religiosas, alertou hoje a diplomacia norte-americana, no relatório anual sobre as liberdades religiosas no mundo.
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De acordo com o Departamento de Estado norte-americano, os conflitos que abalaram o mundo em 2013 terão provocado o maior deslocamento de pessoas motivado por razões religiosas da história mais recente.
«Praticamente nos quatro cantos do mundo, milhões de cristãos, muçulmanos, hindus e seguidores de outras religiões foram forçados a deixar as suas residências por causa das suas crenças religiosas», referiu a diplomacia norte-americana.
No panorama internacional, Washington destacou, entre outros cenários, os conflitos na Síria, na República Centro Africana e os tumultos religiosos na Birmânia.
Na Síria, após mais de três anos de guerra, «a presença cristã não é mais do que uma sombra de si mesma», apontou o relatório do Departamento de Estado norte-americano, observando que «na cidade de Homs [região centro da Síria] o número de cristãos caiu de cerca de 160 mil, antes do conflito, para cerca de mil» na atualidade.
A diplomacia norte-americana também destacou a vaga de violência inter-religiosa na República Centro Africana, entre cristãos e muçulmanos, que provocou a morte de pelo menos 700 pessoas em dezembro último na capital Bangui e o deslocamento de mais de um milhão de pessoas em todo o país.
Na Birmânia, a violência inter-religiosa contra os muçulmanos em Meikhtila fez 100 vítimas mortais e forçou cerca de 12 mil muçulmanos a abandonarem as respetivas casas para se refugiarem da população maioritária budista.
«Em todo o mundo as pessoas são vítimas de discriminação, violência e abusos (...) por simplesmente exercerem a sua fé», referiu a diplomacia norte-americana, destacando ainda situações ocorridas no Paquistão, Egito, Arábia Saudita, Irão, China ou no Bangladesh.