Conjunto de "erros". Marcelo admite que situação no Afeganistão foi "um fracasso"
O Presidente da República reproduz as palavras de Angela Merkel, sublinhando que é "fundamental" garantir os direitos humanos.
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Marcelo Rebelo de Sousa admitiu este domingo que a retirada norte-americana do Afeganistão revelou-se um acumular de erros, embora a presença da NATO tenha feito algumas coisas boas. O presidente recordou também os dois militares portugueses que perderam a vida nesta missão.
"Eu diria o que disse a senhora Merkel, que olhando para o que aconteceu, tem de reconhecer que foi um fracasso. Houve erros de informação, erros de conhecimento da realidade, erros de atuação. Ela disse-o e penso que está dito por parte de uma pessoa que tinha lá também a Alemanha e que reconheceu aquilo que tem de se reconhecer", afirmou.
O Presidente da República apontou que, para o futuro, é "fundamental garantir os direitos dos nacionais dos países da coligação, daqueles afegãos que trabalharam com esses países, dos refugiados e tem de haver uma política comum contra os refugiados".
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Indo mais longe, Marcelo Rebelo de Sousa referiu também que é "preciso ter a certeza de que há garantia dos direitos humanos, dos direitos das mulheres, dos direitos das minorias".
"Nós não podemos defender esses direitos na Europa, América Latina e na África e no Afeganistão fazer de conta que não existe", rematou.
Os militares britânicos indicaram este domingo que sete civis afegãos morreram em aglomerações perto do aeroporto internacional de Cabul, onde "as condições no terreno continuam extremamente desafiantes".
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O aeroporto tem sido o ponto de encontro de milhares de pessoas que tentam fugir aos taliban, que invadiram Cabul há uma semana depois de um avanço relâmpago tomou o país.
Os Estados Unidos retiraram cerca de 17 mil pessoas do país desde que a operação de resgate começou, em 14 de agosto, incluindo 2.500 cidadãos americanos, disse no sábado o subdiretor de logística do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, general Hank Taylor.
Um dos principais líderes dos taliban, o co-fundador Mullah Abdul Ghani Baradar, chegou a Cabul para conversar com líderes políticos afegãos, incluindo o ex-presidente Hamid Karzai, levando o grupo a estar mais perto de formar governo.
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