O Conselho de Transição líbio, órgão político que representa os rebeldes, comprometeu-se a deixar o poder até no máximo oito meses depois da queda do coronel Muammar Kadhafi, anunciou o presidente Mustafah Abdeljalil.
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«A pedido da comunidade internacional», o Conselho de Transição líbio (CNT) definiu uma estratégia para o período de transição após a queda de Kadhafi, afirmou Abdeljalil, em conferência de imprensa, em Benghazi.
«Depois de várias reuniões e discussões, decidimos que este período de transição não ultrapassa os 20 meses, após os quais o CNT continuará a trabalhar durante oito meses (...) ou talvez menos», explicou citado pela agência noticiosa francesa AFP.
«Não é plausível sugerir que o CNT continue no terreno e a gerir o país durante dois anos, uma vez que não foi eleito», insistiu o presidente daquele órgão, acrescentando que o povo «será chamado a eleger um congresso que irá designar um comité encarregado de redigir a nova Constituição».
De acordo com o responsável, «este projecto de Constituição será apresentado aos líbios por referendo» e «todo o processo vai desenvolver-se sob supervisão das Nações Unidas».
O CNT foi criado a 27 de fevereiro em Benghazi, nos dias que se seguiram à revolta popular contra o regime do coronel Kadhafi. Desde o início de Março, assume-se como «um comité de gestão desde a crise» e é actualmente presidido por Abdeljalil, um antigo ministro da Justiça do líder líbio.
O CNT conta oficialmente com cerca de 40 membros, designados em teoria pela sua experiência e com base na repartição geográfica, sendo que apenas 13 nomes -- sobretudo de juristas, advogados e professores universitários - foram tornados públicos por razões de segurança.