Os habitantes da Crimeia aprovaram hoje em referendo, com 93 por cento dos votos, a reunificação com a Rússia, segundo uma sondagem à boca das urnas do Instituto para Investigação Política e Sociológica daquela república autónoma ucraniana.
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«Noventa e três por cento dos residentes na Crimeia apoiam a reunificação da Crimeia com a Rússia, sete por cento pronunciaram-se a favor do estatuto autónomo da Crimeia dentro da Ucrânia», indicaram as autoridades separatistas da Crimeia, citadas pela agência de notícias francesa, AFP.
O primeiro-ministro pró-russo da Crimeia, Serguii Axionov, saudou hoje a decisão «histórica» expressa no referendo.
«Obrigado a todos quantos participaram no referendo e fizeram a sua escolha. Hoje, tomámos uma decisão muito importante que ficará para a história», declarou Axionov na sua conta da rede social Twitter.
O referendo, cujas duas perguntas eram "Aprova a reunificação da Crimeia com a Rússia como membro da federação da Rússia?" e "Aprova a restauração da Constituição da Crimeia de 1992 e o estatuto da Crimeia como fazendo parte da Ucrânia?", é considerado ilegal pelas novas autoridades de Kiev e pela maioria da comunidade internacional.
Só Moscovo defende que se trata de uma consulta «legítima».
Seis décadas após a decisão unilateral do então dirigente soviético Nikita Khrushchev de anexar à Ucrânia a região tradicionalmente russa, as respostas às duas questões colocadas aos eleitores da Crimeia no referendo de hoje poderão definir por muito tempo as relações entre Rússia e ocidente.