A vice-secretária-geral da ONU entende que a crise no Zimbabué é o «momento da verdade» para os líderes africanos. Também na abertura da cimeira dos chefes de Estado e Governo da União Africana, o presidente da comissão desta organização disse que é o momento de África «assumir as suas responsabilidades».
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A vice-secretária-geral da ONU considerou que a actual crise eleitoral no Zimbabué é o «momento da verdade» para os líderes africanos que estão reunidos na cimeira da União Africana, que está a decorrer em Sharm el-Sheikh, no Egipto.
Asha-Rose Migiro acrescentou que foi lamentável que a segunda volta das presidenciais no país fosse avante, apesar dos apelos das Nações Unidas e de muito líderes ocidentais e africanos para o adiamento do acto eleitoral.
«O secretário-geral apela a vossas excelências para mobilizarem apoio para uma solução negociada», concluiu esta diplomata tanzaniana, na abertura da cimeira que junta os líderes africanos.
O presidente da Comissão da União Africana lembrou que África «tem de assumir plenamente as suas responsabilidades» nesta crise e que tem a obrigação de «ajudar as partes zimbabueanas a ultrapassar os desafios do momento».
Estas declarações de Jean Ping surgiram também abertura da conferência dos chefes de Estado e de Governo da União Africana, que está a ter a participação de Robert Mugabe, que venceu a eleição de domingo, que não contou com a participação da oposição.
Em Pequim, onde está em visita oficial, a secretária de Estado norte-americana pediu à China e aos africanos para que apoiem acções internacionais contra o Zimbabué, tendo Condoleezza Rice dito que não quer «apenas mais uma declaração» sobre a questão.
«Isto não é um assunto africano. É um assunto para o Conselho de Segurança. Mas penso que todos estamos à espera que qualquer saia da União Africana», acrescentou.