Organização fechou o ano com um défice de 141 milhões de euros e quer agora poupar 433 milhões com a redução do número de trabalhadores e o encerramento de 20 gabinetes.
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O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou esta terça-feira que vai cortar 1500 postos de trabalho no seguimento de um conjunto de medidas com que quer poupar 433 milhões de euros.
O corte destes postos de trabalho vai acontecer ao longo dos "próximos 12 meses em todo o mundo" através do "congelamento de contratações e da rotatividade natural", mas a organização quer que o número de pessoas afetadas seja "minimizado o máximo possível".
"Faremos tudo o que for possível para ajudar os membros das equipas afetados e assumimos o compromisso de adotar medidas de responsabilidade social para mitigar o impacto da perda de postos de trabalho na instituição", lê-se num comunicado divulgado esta tarde.
A organização não governamental explica que, em 2022, registou um défice de 141 milhões de euros, resultado que justifica com a inflação e o congelamento de donativos que estavam prometidos e "não foram honrados".
Agora, a CICV explica que quer concentrar-se em tarefas mais centrais da organização, como o envio de ajuda para zonas de conflito e a promoção da lei humanitária internacional.
Ainda assim, vão ser encerrados "pelo menos 20 dos 350 lugares" em que a Cruz Vermelha atua, sobretudo aqueles que "outro escritório do CICV possa cobrir" ou que "possam ser assumidos por outros parceiros humanitários ou organizações de desenvolvimento".
Para atuar neste ano de 2023, a CICV pede aos doadores 2,8 mil milhões de euros, o que diz ser "um acréscimo de apenas 0,3%" face ao objetivo do ano passado, em que se incluiu a "ampliação" de programas devido à guerra na Ucrânia.