Democratas emendam manifesto eleitoral para definir Jerusalém como capital de Israel
O manifesto eleitoral do Partido Democrata norte-americano foi emendado para definir Jerusalém como capital de Israel e incluir uma referência a Deus, por instrução direta de Barack Obama, que foi formalmente nomeado candidato presidencial.
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A votação da alteração ao manifesto foi o momento mais polémico até agora na Convenção Nacional Democrata, que decorre desde terça-feira em Charlotte, na Carolina do Norte, quando Antonio Villaraigosa teve de repetir por duas vezes o voto em voz alta, dado o equilíbrio de respostas "sim" e "não" entre os milhares de participantes.
Na terceira votação, o presidente da Convenção acabou por considerar aprovada a alteração por maioria de três terços, gerando ruidosos protestos daqueles que se opunham.
De acordo com o New York Times e outros media norte-americanos, a instrução para alterar o manifesto foi dada pelo presidente Barack Obama ao seu "staff", depois de ter sido alvo de críticas do Partido Republicano.
Contrariando o manifesto democrata de 2008, a versão deste ano não definia como objetivo que Jerusalém, reclamada por israelitas e palestinianos, fosse considerada capital de Israel.
Com a emenda, e afastando-se da política oficial norte-americana de que os assuntos finais de estatuto dos territórios disputados devem ser definidos entre as partes, a nova versão da plataforma refere que "Jerusalém é e será a capital de Israel".
O manifesto foi ainda alterado para incluir a palavra "Deus", cuja omissão em todo o documento vinha também sendo criticada pelos republicanos.
O documento refere agora que o papel do governo é ajudar as pessoas a alcançarem o seu «potencial dado por Deus», em vez de apenas «potencial».
Obama subirá ao palco esta quinta-feira, para o muito aguardado discurso de aceitação da nomeação.
Na generalidade das sondagens mais recentes, Obama e Mitt Romney, o candidato republicano, surgem separados por poucos pontos, ou mesmo empatados.
Depois de na semana passada Mitt Romney ser nomeado para a corrida presidencial, numa Convenção Republicana em que apresentou como grande prioridade a resolução dos problemas económicos e financeiros do país, cabe a Obama tentar convencer os norte-americanos a darem-lhe mais tempo para apresentar resultados.