Ex-candidata pelo Partido dos Trabalhadores vai deixar o país à semelhança de Jean Wyllys, do PSOL.
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Depois de Jean Wyllys, a esquerda brasileira vai perder mais uma figura relevante: Márcia Tiburi, candidata pelo PT ao governo do Rio de Janeiro nas eleições de outubro do ano passado, anunciou que vai viver num local não revelado, algures na região de New England, nos Estados Unidos.
Sob ameaças de morte e debaixo de uma campanha de difamação na internet, Tiburi queixou-se de ter a vida de cabeça para baixo por ser obrigada a fazer-se acompanhar de seguranças em cada evento e por ter de contratar uma task force só para combater as notícias veiculadas a seu respeito nas redes sociais.
Filósofa, escritora e jornalista, Tiburi já se encontrava nos Estados Unidos, para onde se deslocou sob o pretexto de estar numa residência literária a terminar o seu último livro, "Delírio do Poder", que trata das últimas eleições e do advento das fake news.
A obra terá prefácio do antigo presidente, atualmente detido, Lula da Silva e dedicatória à vereadora assassinada Marielle Franco.
Nas últimas eleições, Tiburi foi a sétima candidata mais votada, com perto de 6% dos votos, muito atrás do vencedor Wilson Witzel, do PSC, e apoiante do presidente Jair Bolsonaro.
As condições de segurança de algumas figuras de esquerda, segundo as próprias, deterioram-se após o assassínio de Marielle e a ascensão ao poder do atual chefe de Estado.
Antes dela foi a vez de Wyllys, deputado federal do PSOL, abandonar o Brasil pelos mesmos motivos. Marcelo Freixo, deputado do mesmo partido, também vive há cerca de 10 anos sob proteção. E Fernanda Chaves, assessora de Marielle, vive em local incógnito do país por razões de segurança.
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