Os ministros das Finanças da zona euro já estão reunidos em Bruxelas, num encontro decisivo sobre a Grécia. O FMI espera progressos, a Comissão Europeia sublinha esforço do governo de Atenas.
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A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, disse, à chegada a Bruxelas, que o objetivo é alcançar "muitos progressos.
"Estamos aqui hoje para fazer muitos progressos", declarou ao entrar no edifício onde esta tarde, os ministros das Finanças da zona euro irão, em conjunto com as instituições (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), avaliar o pedido de um terceiro resgate à Grécia e o programa de reformas proposto pelo governo de Alexis Tsipras como contrapartida.
Antes foi a vez de o comissário europeu dos Assuntos Económicos afirmar que "o governo grego fez gestos importantes" nos últimos dias, mas advertiu que a "chave" para um acordo está numa rápida implementação de reformas.
Pierre Moscovici sublinhou que "este é um dia importante para a Europa e para a zona euro", já que o que for decisivo terá um impacto determinante não só na vida de "milhões de cidadãos gregos", como na zona euro e na economia europeia e mundial.
"Noto que o governo grego fez gestos importantes. Enviou um pedido de programa (de assistência), houve ontem (sexta-feira) um voto muito importante, esmagador (do parlamento grego) sobre uma lista de reformas" que o governo grego se compromete a implementar em troca de ajuda, observou, acrescentou todavia que a chave está precisamente numa "implementação rápida" de "reformas sólidas", que mostrem um efetivo empenhamento das autoridades gregas.
Para o comissário, "essa é a chave de tudo", para que se possa "desbloquear um programa de assistência", o terceiro resgate à Grécia, "para abordar a questão da dívida" pública grega e também para "restabelecer uma confiança", que admitiu ter sido muito abalada nos últimos meses, face aos avanços e recuos nas negociações entre o governo grego e as instituições e parceiros e credores europeus.
"Penso que muitos ministros (da zona euro) pedirão isso", disse, insistindo na necessidade de a muito breve prazo o governo de Alexis Tsipras começar a implementar as reformas que eventualmente vierem a ser acordadas com as instituições (Comissão, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) e aprovadas pelo Eurogrupo.
Antes de entrar para o edifício da Comissão onde decorrerá a reunirão do Eurogrupo, Moscovici deixou um último apelo a todas as partes envolvidas nas negociações, para que seja possível finalmente fechar um acordo em torno da Grécia: "Façamos prova de vontade e de responsabilidade", declarou.
Este fim de semana é decisivo para a Grécia, estando previstas cimeiras extraordinárias da zona euro e da UE a 28 para domingo, que deverão ou aprovar um acordo alcançado no Eurogrupo ou tomar as decisões com vista a um "Grexit", cenário para o qual a Comissão Europeia admitiu já ter um "plano detalhado".
O novo pacote de reformas, que poderá desbloquear um acordo e evitar a saída da Grécia do euro (o chamado "Grexit"), propõe várias medidas que vão ao encontro das exigências dos credores, com o objetivo de aumentar as receitas públicas, em troca de ajuda financeira a três anos.