A presidente do Brasil defendeu, esta quarta-feira, na Assembleia-Geral da ONU, a entrada da Palestina como Estado-membro das Nações Unidas, mas o chefe de Estado norte-americano rejeitou.
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Não há atalhos para o processo de paz no Médio Oriente, por isso as Nações Unidas têm de trabalhar para que Israel e Palestina consigam chegar a um entendimento, defendeu Barack Obama.
«Só vamos ter sucesso neste esforço se encorajarmos as duas partes a sentarem-se, ouvirem-se e perceberem as esperanças e os medos de ambas. Esse é o projecto com o qual a América se compromete. Não há atalhos e as Nações Unidas deviam concentrar-se nisso nas próximas semanas e meses», considerou.
Depois de Dilma Rousseff ter defendido a adesão da Palestina às Nações Unidas, Obama rejeitou a ideia e pediu à Palestina e a Israel que retomem as negociações de paz, não deixando, no entanto, dúvidas de que não apoiará nenhuma medida que ponha em cheque a aliança com Israel.
«Queremos um futuro em que os palestinianos possam viver no seu próprio país, um estado soberano, e não há dúvidas de que os palestinianos têm visto esse cenário adiado por tempo demais», defendeu.
É precisamente por acreditar «plenamente nas aspirações do povo palestiniano», continuou Obama, que «a América investiu tanto tempo e tanto esforço na construção de um estado palestiniano e nas negociações para criá-lo».
«Mas entendam também que o compromisso da América para a segurança de Israel é inabalável. A nossa amizade com Israel é profunda e resistente. Por isso, acreditamos que para uma paz duradoura tem de respeitar as muitas e reais preocupações que Israel enfrenta todos os dias», acrescentou.
Já em relação à repressão na Síria, o presidente norte-americano pediu às Nações Unidas que avancem com sanções imediatas ao regime de Bashar a-Assad.
«Não há desculpas para não agirmos. Já é tempo de o Conselho das Nações Unidas sancionar o regime sírio e apoiar o povo sírio. E em toda aquela região vamos ter de responder aos pedidos de mudança», opinou.
Num discurso longo mas pausado, Barack Obama falou ainda na necessidade de agir contra a opressão no Iémen e no Bahrein e de impulsionar novos regimes transparentes e democráticos.
Minutos depois deste discurso, o chefe de Estado norte-americano esteve reunido com o primeiro ministro israelita, sendo já públicas as saudações de Benjamin Netanyahu à postura e ao discurso do presidente dos Estados Unidos.
Na agenda de Obama está ainda marcado um segundo encontro, esta quarta-feira à noite, com o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas.