No rescaldo das eleições presidenciais no Brasil, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros sublinha à TSF os desafios do país perante o abrandamento de outras economias emergentes.
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Um desafio ainda mais complexo para uma presidência que parte para quatro anos de mandato com «um país dividido entre duas opções políticas diferentes, dois projetos diferentes, sobretudo sobre o papel do Estado na gestão da economia», sublinha Luís Amado.
Sobretudo, sublinha o antigo governante português, numa altura «em que há grandes preocupações sobre a evolução da economia mundial, sobretudo com a desacelaração do crescimento da economia chinesa e da economia europeia, que põem em causa as perspetivas de crescimento que se tinham no início do ano».
Desafios que obrigam a nova presidência do Brasil «uma reflexão sobre a estratégia mais adequada para lidar» com estas mudanças na economia mundial, «num contexto de grande divisão interna».
Em declarações à TSF, Luís Amado acredita mesmo que, sobretudo por pressão dos mercados, Dilma Rousseff vai ter de alterar o rumo ideológico da presidência.
«É provável que uma parte da agenda mais ideológica, que marcou a gestão da presidente Dilma nos últimos quatro anos, seja suspensa face à pressão face à pressão do ambiente externo», tendo em conta a dependência do país face a esses fatores externos «para poder crescer internamente», defende Luís Amado.